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Engenharia de Petróleo: destaque no Vestibular e no mercado

 

Priscilla Bastos

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Todos os anos, milhares de estudantes do ensino médio concorrem a vagas para os cursos de graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dentre os mais procurados estão os tradicionais Medicina e Comunicação Social, mas, nos últimos vestibulares, um curso vem se destacando e chamando a atenção dos vestibulandos. A Engenharia de Petróleo foi o curso mais concorrido no Vestibular 2007 da UFRJ, com uma média de 29,28 candidato por vaga; um alto índice, já que fora criado em 2004.

A iniciativa de criar o curso de Engenharia de Petróleo na UFRJ veio a partir de um edital criado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 1999, em que deixava clara a preocupação com a formação de recursos humanos, selecionando, então, cursos que se dispusesses a criar especializações no setor. De acordo com o professor de Engenharia de Petróleo e Engenharia de Produção da Escola Politécnica, Virgílio José Martins Ferreira Filho, a UFRJ se mobilizou para o edital e diversas iniciativas foram tomadas no sentido de definir como seria o curso. "A versão curricular final foi concluída em novembro de 2002 e aprovada no CONSUNI em 2003, inaugurando um novo modelo de gestão compartilhada entre a Escola Politécnica — que sedia o curso —, a COPPE e a Escola de Química", explicou o professor.

Desde sua criação, o curso chamou a atenção dos estudantes, o que pode ser encarado, em um primeiro momento, como um modismo. Mas Virgílio desbanca a especulação: "Vários fatores podem influenciar nessa procura, como, por exemplo, a grande importância do setor petrolífero na economia fluminense e a intensa campanha publicitária da Petrobrás em 2006 pela auto-suficiência". Além disso, o professor indica fatores internos, inclusive entre os jovens: "Já existem três turmas no curso, o que tem um efeito disseminador, já que são jovens transferindo para jovens. A I Semana de Engenharia de Petróleo da UFRJ (I SPETRO) trouxe para a UFRJ, além de especialistas em Engenharia de Petróleo, um público interessado em conhecer o curso".

Sob a ótica do mercado de trabalho, o curso de Engenharia de Petróleo se mostra como uma boa opção de carreira, apesar de nenhuma turma ainda ter se formado pela UFRJ: "Os alunos da turma mais avançada acabaram de concluir o sexto período, mas o que percebemos é uma grande expectativa de diversas empresas nos futuros engenheiros de petróleo. No início deste ano, começamos um programa de estágios de verão, e a recepção das empresas foi muito boa”, destaca Virgílio. O mercado dos engenheiros de petróleo se concentra nas companhias de petróleo, como Petrobrás, Shell, Esso, Devon, nas companhias prestadoras de serviço, como Shulumberger, Halliburton, Baker-Hughes, e em agências governamentais. "A indústria do petróleo oferece uma grande variedade de opções de carreira. A industria é intensiva em capital e orientada por tecnologias de ponta que tornam possível produzir óleo e gás de áreas remotas, como em águas profundas, no interior de florestas, áreas geladas e em desertos. No Brasil ou em diversas outras regiões do mundo", explicou o professor.

O curso de Engenharia de Petróleo está localizado no Centro de Tecnologia (CT/UFRJ), mas há aulas em outros locais, como afirma Virgílio: "O curso acontece principalmente aqui, contudo são realizadas atividades acadêmicas de campo fora do Rio, por exemplo a disciplina Estudo Geológico de Campo é normalmente realizada no Recôncavo Baiano; são também realizadas visitas técnicas a outras localidades, principalmente Macaé". Quanto às instalações do curso, o professor explica que ainda há o que melhorar, até porque tem pouco tempo de existência. "A cada início de período é necessário um trabalho intenso de coordenação para conseguir alocar todas as turmas nas poucas salas de aula disponíveis. Os alunos não dispõem de salas onde possam estudar nos períodos sem aulas, laboratórios específicos para o curso ainda estão por ser implementados. A biblioteca ainda não dispõe de muito títulos específicos em Engenharia de Petróleo."

Apesar de algumas dificuldades, é inegável o grande destaque do futuro engenheiro de petróleo no mercado de trabalho. Nesse aspecto, o curso da UFRJ visa formar engenheiros com uma sólida formação técnica, científica e profissional, estimulando sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística em atendimento às demandas da sociedade. "O engenheiro de petróleo formado estará apto a trabalhar na indústria de petróleo, particularmente naqueles ramos relacionados à exploração e produção, bem como a integrar equipes multidisciplinares responsáveis pelo projeto de desenvolvimento de campos de petróleo em geral e no mar em particular", conclui Virgílio José.