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Rali de barcos promove o uso de energias alternativas

Ana Paula Monte - AgN / CT


Realizar uma competição envolvendo instituições acadêmicas e estimular o desenvolvimento de fontes energéticas alternativas. Esses são alguns dos objetivos do Desafio Solar Brasil, rali de barcos movidos à energia solar, promovido pelo Polo Náutico da UFRJ entre os dias 16 e 24 de outubro, na baía de Paraty, no município do Rio de Janeiro. O evento deseja mostrar como as formas de produção e de consumo de energia precisam mudar no Brasil.

“A utilização de fontes alternativas de energia deixou de ser ficção científica e passou a ser realidade. Em países como a Holanda e a Bélgica, mais de 30% da energia consumida são produzidos por meios alternativos. No Brasil, o potencial de fontes limpas ainda é muito mal aproveitado e, por isso, muita energia é desperdiçada”, constatou o coordenador-geral do Polo Náutico e do Desafio Solar Brasil, professor Fernando Amorim.

A ideia de realizar um rali brasileiro surgiu com a participação da equipe da UFRJ na última edição da Frisian Solar Challenge, em 2008, competição de barcos solares realizada a cada dois anos na Holanda. A embarcação Copacabana, projetada pelo Polo Náutico, terminou em sétimo lugar na classificação geral, entre as 48 participantes.  “O bom resultado nos trouxe a ideia de repetir aqui uma competição semelhante. Modesta, mas que correspondesse à nossa identidade como brasileiros e como universidade pública. Então, formulamos um evento que buscasse mobilizar o público universitário, diferente do que acontece na Europa”, explicou Fernando.

Competição tem duração de uma semana

O Desafio Solar será realizado em oito etapas – uma prova técnica, um prólogo e seis regatas contínuas – com um percurso total de 240 quilômetros, realizado em sete dias. Cada embarcação possui somente um tripulante e todas as equipes competirão na classe A, categoria que requer os menores investimentos na projeção de um barco. “É a mais interessante na competição, pois não adianta ter muito dinheiro para investir. É necessário usar a criatividade e improvisar para encontrar soluções eficientes e inovadoras. E é isso o que queremos do aluno, que ele coloque a cabeça para funcionar”, estimulou Fernando.

Para que a participação no Desafio não se limitasse às poucas escolas de Engenharia Naval do país, o Polo Náutico projetou uma embarcação padrão, um catamarã de 6 metros, com cascos iguais, que pôde ser usada por todas as equipes que não conseguiram reunir recursos técnicos e materiais para construir um barco. Os painéis solares utilizados também foram fornecidos pela organização, encomendados com os recursos da  Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), um dos patrocinadores do evento.  “A única exigência para a participação de uma equipe no Desafio é que o barco seja barato, gaste pouca energia e seja eficiente. Além disso, é necessária a presença de um professor ou coordenador responsável pela embarcação”, ressaltou o coordenador. 

A UFRJ conta com a participação de sete equipes na competição, incluindo a Copacabana, que esteve no Frisian Solar Challenge. Se a equipe é considerada favorita pelo bom resultado obtido em 2008, o professor Fernando responde: “É, todo mundo está falando isso. Nós, da equipe, estamos divididos entre a organização do evento e a competição em si. Inclusive, pensamos até em não participar, mas isso seria um erro, já que há uma grande expectativa em cima desse barco. Mas acho que temos o favoritismo sim, por já termos certa experiência”, apostou.