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Edição 156      26 de abril de 2007


No Foco

Esporte e Universidade

Luíza Duarte

foto no foco

Dentro de três meses, a cidade do Rio de Janeiro vai sediar o maior evento esportivo das Américas e espera receber meio milhão de pessoas. Com o esporte em pauta, é preciso pensar qual o papel da universidade no seu incentivo.

A prática esportiva já foi disciplina obrigatória para todo estudante universitário. A extinção da obrigatoriedade é sintoma de uma mudança na forma de pensar o esporte na universidade. Historicamente, as universidades públicas têm promovido o esporte, através de jogos universitários federais, estaduais e até internacionais. O apoio às equipes que representam a universidade tem sido usado por instituições particulares como estratégia de marketing, a exemplo do que ocorre, em grande escala, nas universidades norte-americanas. Enquanto os torneios universitários perderam força, na última década cresceram os projetos esportivos de extensão, integrando universidade e comunidade externa.

Para o diretor da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD/UFRJ), Waldyr Mendes, medalhista no PAN de 1967 e atual presidente da Associação Brasileira de Master de Natação, a tarefa de incentivar a prática esportiva acaba recaindo sobre a Escola de Educação Física, embora o esporte necessite de profissionais de diversas formações, e alguns esforços isolados de algumas unidades possam ser notados, as ações não são integradas.

O cenário que se apresenta nas universidades públicas reflete o que é feito em termos de política esportiva no Brasil. “O esporte brasileiro não tem nenhuma política pública voltada para o seu desenvolvimento como um elemento da cultura do nosso país. Não existe procedimento político que pense nacionalmente no desenvolvimento do esporte. Existem iniciativas isoladas, existem atletas que surgem vez por outra, com investimentos do clube ou da família”, afirma o diretor da EEFD.

Mesmo com um evento como o PAN, prestes a acontecer na cidade, não foi gerado nenhum investimento, nem incentivo aos projetos da Escola de Ed. Física da UFRJ. Pelo contrário, a escola teve sua oferta de servir como base de treinamento para os jogos rejeitada. No momento, aguarda resposta do Ministério dos Esportes a sua oferta de servir como alojamento para técnicos, professores e alunos de educação física do Brasil que venham acompanhar o evento. De acordo com o diretor da EEFD, Waldyr Mendes, “só os empresários e as pessoas ligadas à construção das instalações é que estão colhendo os frutos do PAN, nem a cidade está ganhando. Nenhuma obra grande foi feita, nem de saneamento, nem de melhoria de vias públicas e nem de melhoria de transportes”.

Extensão acadêmica: promoção do esporte dentro e fora da universidade

As atividades de extensão servem como laboratório para os próprios alunos da EEFD, permitem que o conhecimento desenvolvido na universidade retorne para a sociedade e as instalações esportivas da UFRJ sejam disponibilizadas. O esporte passa a ser visto como um elemento de inclusão social. Waldyr Mendes acredita que a universidade deve ser uma instituição que ajude a pensar, que ajude a formular políticas, através de projetos e formar pessoal capacitado para trabalhar com esporte.

Atualmente a Escola de Ed. Física, criada em 1939, tem cerca de 2.000 alunos e disponibiliza para estudantes, professores, funcionários e a comunidade externa diversas atividades de extensão. A Coordenação de Desportos organiza competições esportivas internas e participações no UFRJMar. Através da extensão acadêmica, os professores e monitores ministram aulas de esgrima, escalada, karatê, ginástica artística, judô e danças. A EEFD conta com um complexo esportivo grande. No entanto, se mantém com dificuldade, devido às restrições financeiras da universidade. Ao todo são: cinco ginásios, três piscinas, três campos de futebol, seis quadras de tênis, três de vôlei e quadras polivalentes de futsal, basquete e handball. Além da pista de atletismo, uma das instalações mais danificadas.

As instalações esportivas da EEFD podem ser utilizadas por todos os alunos da UFRJ. Para fazer uso é preciso reservar um horário disponível, junto à administração da escola, ou se inscrever em uma das disciplinas práticas ministradas no local. As aulas de extensão ainda recebem inscrição para este período, que deve ser feita diretamente no departamento da EEFD responsável pela aula. Mais informações pelo site: http://www.eefd.ufrj.br.

Projeto pioneiro da EEFD atende crianças da rede municipal

O projeto Clube Escolar, coordenado pela professora Solange Maciel, nasceu na EEFD, há 14 anos. Hoje, a universidade é uma das oito sedes do programa, que só no Fundão atende cerca 1000 crianças. No início de cada ano letivo, o projeto convida os alunos das escolas municipais da 4ª Coordenadoria Regional de Educação do Rio de Janeiro para se inscreverem nas atividades ministradas por professores e monitores da universidade. As aulas de futebol, trampolim, ginástica olímpica, natação, vôlei, xadrez, karatê, futsal, jiu-jitsu, ballet, ginástica rítmica e hadball são gratuitas. As crianças, em sua maioria de baixa renda, passam a ter contato com o esporte, que começa na escola, não com o objetivo de formar atletas, mas com objetivo cultural.

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