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Edição 235      6 de janeiro de 2009


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Alunos constroem o maior aeroplano dos últimos seis anos

Miriam Paço – Agn/CT

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Pelo sexto ano consecutivo, a UFRJ participou da décima edição do SAE Brasil AeroDesign 2008, uma competição organizada pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE), ocorrida entre os dias 16 e 19 de outubro, no Comando-geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) e no aeroporto da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), que reúne alunos de diversas faculdades nacionais e sul-americanas para apresentarem seus aeroplanos em funcionamento.

A Minerva AeroDesign, equipe da UFRJ, formada por 13 alunos do departamento de engenharia mecânica da Escola Politécnica (Poli), é capitaneada pelo aluno Gregório Jorio Santana e orientada pelo professor Gustavo Bodstein.

O aeroplano, construído exclusivamente para a competição, possui cerca de dois metros de comprimento por três de envergadura e é feito principalmente de balsa, uma das madeiras mais leves disponíveis comercialmente e compósito de fibra de carbono, leve e resistente, embora mais difícil de ser trabalhado. O modelo funciona por rádio freqüência através de controle remoto e possui um motor movido a metanol, responsável por girar a hélice e dar a propulsão necessária para o vôo.

A equipe conta com apoio financeiro permanente do departamento de Engenharia Mecânica da universidade e da Escola Politécnica que responde por 50% do patrocínio, além de investimentos externos de empresas privadas como a FMC Technologies, que absorve boa parte dos graduados da escola e é responsável pela fabricação e fornecimento de válvulas para a Petrobras, entre outros materiais.

No início, quando o primeiro aeroplano foi projetado, as dificuldades eram muitas. “Nós não tínhamos cursos relacionados diretamente à engenharia aeronáutica, nem literatura específica, então eu tive que criar uma base didática para que, munida do conhecimento necessário, a equipe pudesse iniciar essa empreitada”, declarou Gustavo Bodstein.

A cada ano mudam-se as regras e novos desafios são colocados. “Corrigimos os erros e propomos soluções mais simples e eficientes”, explica Gustavo. Quase todo o avião, que leva cerca de um ano para ser fabricado, é produzido por alunos (em torno de 90%), exceto os cortes de perfil da asa, feitos a laser, em São Paulo. Este ano, a Minerva AeroDesign construiu o maior modelo desde a sua primeira participação na competição.

A competição

Realizada durante quatro dias, a SAE Brasil AeroDesign 2008 reserva o primeiro dia para a apresentação dos projetos e os subseqüentes para as classificações e finais. A pontuação é distribuída de acordo com algumas etapas que envolvem, principalmente, o relatório escrito do aeroplano enviado antes da competição propriamente dita, a exposição do primeiro dia no CTA, e o vôo, ao vivo com o maior peso carregado (que deve respeitar um valor mínimo). Cada equipe tem até três tentativas para executar um vôo válido, ou seja, decolagem, uma volta completa e pouso. Há ainda bônus que são distribuídos segundo alguns critérios adicionais específicos.

A cada ano a SAE Brasil AeroDesign reúne mais competidores. Em 2008, participaram representantes de universidades da Venezuela e México e o vencedor participará da mesma competição a ser realizada nos Estados Unidos, país de origem.

Segundo informou Gustavo Bodstein, o mais importante na SAE Brasil AeroDesign 2008 não é o prêmio ou a boa colocação: “esse evento traz a possibilidade de divulgar a engenharia aeronáutica e, mais importante ainda, motivar os alunos do curso de engenharia. A colocação é apenas uma motivação extra para os alunos, não o nosso objetivo central. O principal é o processo de aprendizagem, desde a concepção da idéia do aeroplano até o vôo. O saldo final é saírem desse processo mais bem formados, informados e com mais maturidade”, enalteceu o professor responsável.

A equipe deste ano sofrerá grandes mudanças no seu corpo discente. Muitos alunos se formam e outros buscam novas experiências. Após a competição, o aeroplano será estudado para que os erros possam ser corrigidos e um novo teste de vôo será executado. Ao final, o projeto será colocado no Laboratório de Mecânica dos Fluidos e Aerodinâmica da universidade.

 

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