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O sucesso do incentivo à pesquisa

Camilla Muniz

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Em 1978, o professor de Engenharia Química, Giulio Massarani, organizou a primeira Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural. No início, a Jornada era restrita ao Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) e ao Centro de Tecnologia (CT). A participação de todos os centros da UFRJ ocorreu somente em 1985, sete anos depois. Em 1993, a universidade assinou o convênio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PIBIC/CNPq) e se comprometeu a promover o evento anualmente.

Este mês, a XXIX Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) celebra os 29 anos dessa história de sucesso. Promovida pela Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (PR-2) em parceria com a Pró-reitoria de Graduação (PR-1), a JIC permite a alunos de Graduação, bolsistas ou não, apresentarem e discutirem seus trabalhos de iniciação científica, artística e cultural, constituindo uma excelente oportunidade de intercâmbio entre graduandos, pós-graduandos, pesquisadores e docentes.

Para Sandra Azevedo, professora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ) e coordenadora geral da JIC 2007, a importância do evento está na troca de experiências. “O primeiro objetivo de um evento como esse é permitir a nossos alunos de iniciação científica oportunidade de apresentar os resultados de seus trabalhos, tanto para a comunidade da UFRJ como para avaliadores externos e, portanto, terem seus trabalhos analisados e avaliados pela comunidade acadêmica. Essa experiência é fundamental para a formação profissional desses alunos, sejam eles futuros pós-graduandos ou não. Nesse tipo de evento sempre há a chance de levantar novas questões e novas idéias sobre os trabalhos em desenvolvimento. Além disso, os alunos podem mostrar seus conhecimentos sobre um tema e avaliar melhor seu próprio desempenho frente aos demais. Com isso, terão capacidade de avaliação sobre suas aptidões e, conseqüentemente, farão escolhas mais consistentes e frutíferas”, analisa.

Eduardo Refkalefsky, professor da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ) e orientador das pesquisas de vários alunos participantes da JIC 2007, concorda com Sandra. Ele também acredita, “a JIC é importantíssima para a formação profissional e acadêmica dos alunos de graduação. Em primeiro lugar, ela desenvolve e estimula os estudantes com vocação para pesquisa científica. Mas a JIC também é importante para a formação profissional. Em Comunicação, mesmo um aluno que deseje trabalhar como jornalista, publicitário, produtor editorial ou de rádio e TV, tem a oportunidade de experimentar e desenvolver novas idéias. Afinal, se as empresas, órgãos governamentais, ONGs e outras instituições quisessem apenas repetir o que já fazem, não precisariam se renovar constantemente com novos profissionais. Participar de um projeto de pesquisa acadêmica, apresentando-o na JIC, permite que eles pensem diferente, tenham idéias novas a ser testadas, depois, na realidade”, argumenta Refkalefsky.

A JIC é bastante democrática: qualquer aluno de Graduação pode participar, desde que orientado por um docente ou técnico-administrativo da UFRJ com mestrado ou doutorado. Já para os bolsistas PR-2/UFRJ e CNPq/PIBIC/UFRJ, a apresentação de trabalhos é obrigatória. Na opinião de Sandra, “a JIC é um passo fundamental para a formação de novos pesquisadores, e é através de eventos dessa natureza que o futuro pesquisador vai sendo treinado para a carreira científica, tendo a oportunidade de melhor avaliar suas aptidões”.
A coordenadora ainda assinala, a JIC cumpre seu papel desde sua criação, trazendo benefícios para a instituição e para toda a comunidade acadêmica. “Nesses 29 anos, certamente a JIC contribuiu muito para melhoria da formação acadêmica dos alunos, permitiu melhor preparação para o mercado de trabalho, fosse ele acadêmico ou não. Sinceramente, quando se pratica se compreende muito melhor a teoria. Portanto, se nossos alunos participantes da JIC todos esses anos foram melhor preparados, isso representa um ganho para toda a UFRJ”, destaca.

De acordo com Sandra, a 29ª edição da JIC — que acontece nos dias 9, 10 e 11 de outubro — segue o modelo das anteriores.

— Não há qualquer diferença significativa, mas notamos um crescimento constante ao longo do tempo, tanto no número de trabalhos inscritos, como no de alunos e orientadores participantes. Especificamente, teremos neste ano a apresentação de 3.058 trabalhos de 4.119 autores discentes e 2.830 orientadores; o que representou um crescimento de 12% em relação a 2006 — afirma a professora, lembrando que a Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB) concede um prêmio no valor de R$1.000,00 para o melhor trabalho de cada centro. No total, sete trabalhos serão premiados.