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Proedes: documentando a Educação

Vanessa Sol

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Ao longo dos seus 20 anos de existência, o Programa de Estudos e Documentação Educação e Sociedade (Proedes) já reuniu 31 arquivos e coleções. Divididos em três grupos — instituições educacionais, educadores brasileiros e arquivos temáticos —, são, aproximadamente, 300 mil documentos textuais, visuais e iconográficos.

O programa surgiu em 1987, a partir de um projeto de pesquisa que tentava remontar a história da extinta Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi). A organização documental da FNFi foi o pontapé inicial do Proedes, efetivamente, implementado em 1990, após ser submetido e aprovado pelo Conselho de Ensino para Graduados e Pesquisa (CEPG) da UFRJ. Ao articular investigação, resgate, recuperação e organização de fontes documentais, os pesquisadores reagrupam-nas de tal forma que passam a constituir um conjunto em que a memória coletiva pode ser valorizada.

– O reconhecimento do Proedes como “Centro de Referência em Educação Brasileira” vem acontecendo em conseqüência do esforço e da dedicação de todos que trabalham nele – pontua Maria de Lourdes Fávero, professora da Faculdade de Educação (FE) e coordenadora Proedes.

O acervo do Proedes, localizado no campus da Praia Vermelha, anexo à FE, pode ser consultado por qualquer pessoa interessada em pesquisar os temas e os documentos dali. É possível encontrar no acervo, por exemplo, diplomas universitários, atas de nomeação, livros e artigos escritos pelo educador Anísio Teixeira.

A importância do Proedes, para Fávero, está na sua contribuição à realização de estudos e pesquisas na área de educação, de instituições educacionais e científicas do país e seus atores, assim como na formação de pesquisadores. Para ela, o conhecimento obtido nas investigações é de grande relevância para o estudo da história do pensamento educacional brasileiro. “O Proedes oferece informações sobre a história da educação brasileira, das instituições educacionais e científicas do país e sobre o pensamento educacional brasileiro, possibilitando àqueles que o procuram não apenas consultar os fundos documentais sob sua guarda, mas também uma orientação para buscar referências existentes em outros órgãos de documentação e pesquisa no Rio de Janeiro”, explica a coordenadora.

Fávero afirma ainda que o programa prima pelo bom atendimento ao público. Sempre que um usuário o procura a fim de obter informações que não constam no acervo, ele é encaminhado para outra instituição de documentação e pesquisa que contenham os dados necessários, tais como: Arquivo Nacional, Biblioteca Nacional, Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro, Centro de Pesquisa e Documentação (CPDOC) da FGV e Fundação Casa de Rui Barbosa.

O Proedes conta, atualmente, com 10 pesquisadores, com bolsistas de iniciação científica e pós-graduandos, além de um arquivista. No entanto, segundo a coordenadora, para o programa avançar e atingir as metas a que se propõe, é necessário, em termos de recursos humanos, contar com mais dois arquivistas para catalogar o acervo, com um auxiliar administrativo e um especialista em banco de dados para ser o responsável pela colocação de dados dos arquivos em DVDs. “Há cerca de seis anos, o programa não tem nenhum funcionário administrativo e nenhum arquivista do quadro da UFRJ. Como Centro de Pesquisa e Documentação, isso constitui uma das dificuldades mais relevantes para a gestão do projeto”, enfatiza Fávero.

Para conseguir mais recursos, o programa conta com convênios firmados, além do apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e da Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB).