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Pós-graduação em Química completa 45 anos na UFRJ

Júlia Faria

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Pioneira no Brasil, a Pós-graduação em Química da UFRJ completa 45 anos no próximo mês. O programa iniciou suas atividades em 1963 e desde então é reconhecido por sua excelência em ensino e pesquisa, tendo obtido, segundo avaliações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o conceito 6, em um máximo de 7.

Inicialmente, o foco da Pós-graduação era na Química Orgânica. Posteriormente, em 1973, foram criados mestrado e doutorado em Físico-química, além de Química Inorgânica, em 1993, e Química Analítica, em 2002. Estes foram integrados à Química Orgânica em um processo de fusão realizado esse ano e já aprovado pela Capes e pela Pró-reitoria de Pós-graduação (PR-2/UFRJ). De acordo com Carlos Roland Kaiser, coordenador da pós-graduação em Química, a fusão resultou em mudanças acentuadas na estrutura acadêmica e administrativa. “Cada um dos programas tinha sua forma de administração e filosofia própria. Esse ano de 2008 está sendo, portanto, de reestruturação”, afirma o professor.

Carlos Kaiser esclarece ainda que a fusão foi notoriamente a mudança mais marcante pela qual passou o Programa de Pós-Graduação em Química (PGQu) ao longo de seus 45 anos de existência. Nesse período, o PGQu acompanhou as evoluções pelas quais passou o estudo da Química no Brasil e no mundo, obtendo reconhecimento nacional e internacional por seu nível de qualidade.

Tal reconhecimento é visível na formação do corpo discente do Programa. Atualmente, a Pós-graduação tem cerca de 250 alunos, sendo que mais de 50% deles são oriundos de outras universidades e, em média, 20% a 30% advêm de outros estados brasileiros. “Temos alunos de vários lugares do país, além de alguns estrangeiros. Esse ano, temos dois colombianos e um cubano, o que demonstra a existência de um contingente sul-americano procurando pela nossa pós. E isso evidencia o quanto o curso é bem visto”, destaca Kaiser.

Anualmente, são abertas 60 vagas para Mestrado e 60 para Doutorado. Porém, nem todas são preenchidas. Segundo o coordenador do PGQu, são ocupadas de 70 a 80% das vagas. Há espaço para mais alunos, porém a oferta de vagas ainda supera a procura. Carlos Kaiser explica que, por a Graduação em Química na UFRJ apresentar atribuições tecnológicas, parte dos alunos opta por ingressar imediatamente no mercado de trabalho. “A vertente que, na Graduação, já participa de atividades de iniciação científica acaba por seguir a carreira acadêmica. Porém, boa parcela dos nossos estudantes opta por não prosseguir nos estudos, ingressando logo na área tecnológica”, diz o professor.

Enquanto a Graduação apresenta esse foco na área tecnológica, a Pós-graduação se volta mais para a pesquisa, de forma que o programa é essencialmente acadêmico. No entanto, são formados também profissionais voltados para o mercado de trabalho, o que acompanha o desenvolvimento tecnológico que há aproximadamente 10 anos se acentuou no Brasil.

Comemorando os 45 anos

Os 45 anos da Pós-graduação em Química serão comemorados no próximo dia 5 de dezembro. Na data, haverá solenidade comemorativa no Centro Cultural Horácio Macedo, o Roxinho, com palestra dos professores Jorge Guimarães, presidente da Capes, e Ângelo da Cunha Pinto, do Instituto de Química da UFRJ. Além disso, serão homenageadas 45 pessoas, entre docentes, coordenadores e membros de instituições, como CNPq, FAPERJ, FINEP e Capes.

Ainda em comemoração, será ministrado o mini-curso “Espectometria de massas: ionizadores, analisadores e principais reações de fragmentação de produtos naturais”. Ministrado pelo Professor Norberto Peporine Lopes da Universidade de São Paulo (USP), o curso acontece de 2 a 4 de dezembro, das 8h15 às 12h30, no Instituto de Química.

Mais informações sobre o mini-curso podem ser obtidas com a coordenadora Cláudia Rezende, pelo e-mail: crezende@iq.ufrj.br.