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Equipamento de ressonância para sólidos só na UFRJ

Ana Paula Monte


No último dia 7, foi inaugurado, no Centro de Tecnologia da UFRJ (CT), o Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear de Sólidos. A instalação conta com o equipamento de Ressonância Magnética Nuclear de Sólidos Avance III-400 MHz, de fabricação alemã, o primeiro presente em uma universidade do Rio de Janeiro. “Há um equipamento similar ao nosso, para análise exclusiva de sólidos, no Centro de Pesquisas da Petrobras, mas aí já estamos falando em empresa”, afirma Rosana Aguiar San Gil, professora do Instituto de Química da UFRJ e uma das coordenadoras do Laboratório Multiusuário.

O princípio do aparelho é semelhante aos equipamentos de ressonância magnética por imagens usualmente conhecidos. No entanto, em vez de um mapeamento de tecidos, são analisadas amostras sólidas. ”Com a ressonância magnética nuclear, identificamos os nuclídeos presentes nas amostras sólidas analisadas. Essas podem ser desde pedaços até mesmo pó. Observando melhor a composição do material, podemos caracterizar, por exemplo, se um determinado plástico é resistente ou flexível”, explica a professora.

Com essa função, também é possível utilizar o aparelho de ressonância para análises ambientais. “É possível avaliar o grau de contaminação de um solo através da ressonância. Analisamos uma amostra do material diretamente na máquina e depois  comparamos com outra que não tenha sofrido agressão”, comenta San Gil, acrescentando que a análise completa da amostra pode ser feita a partir de uma pequena quantidade de material.

A utilização

O aparelho de ressonância magnética nuclear serve como ferramenta auxiliar em pesquisas nas áreas de Nanociência e Nanotecnologia. “Esse é um equipamento institucional. Nenhum grupo de pesquisa deixará de ser assistido, principalmente porque este é um laboratório multiusuário. Vamos buscar atender à maior diversidade possível de pesquisadores. Porém, há uma certa prioridade aos grupos de pesquisa de ponta que atuam nas áreas de Nanociência e Nanotecnologia”, esclarece a professora.

O equipamento será operado por um técnico de nível superior que está sendo treinado para a função. “Um aparelho deste porte é muito específico e sensível. Por isso, o acesso à sua operação será restrito. Entretanto, sempre que possível e que nos for solicitado, ofereceremos treinamentos de uso”, afirma.

Investimento

Obtido com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministério de Ciências e Tecnologia (MCT), o equipamento de ressonância custou cerca de R$ 1,15 milhão. “O projeto foi encaminhado em 2006, aprovado no final de 2008 e, em agosto deste ano, o aparelho chegou ao nosso laboratório. Ainda estamos em fase de testes, mas prevemos que no meio de janeiro a máquina já esteja funcionando”, prevê a pesquisadora, complementando que, nesta época, um especialista alemão virá ao Brasil para finalizar a instalação.

A professora acredita que investimentos em pesquisa são o primeiro passo para o crescimento tecnológico da universidade. “Muitos projetos de pesquisa estão sendo aprovados. Com isso, vários laboratórios recebem novos equipamentos. Tenho certeza de que, daqui a pouco tempo, a UFRJ se projetará ainda mais, não só como polo de formação especializada, mas também contribuindo para o desenvolvimento de tecnologia”, conclui.