Professora
adjunta da Faculdade de Educação e Representante do
CEG, Ana Canen
A UFRJ foi a primeira universidade pública a propor mudanças
no Provão. Presidido pelo professor José Roberto Meyer
Fernandes, o CEG indicou novas diretrizes para qualificar o desempenho
das universidades brasileiras a partir da experiência bem
sucedida de avaliação institucional superior, desenvolvida
pela universidade, entre os anos de 1994 e 1998.
O novo método de avaliação do ensino universitário
foi desenvolvido a partir de discussões a cerca do documento
SINAES, Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior,
elaborado por especialistas designados pelo MEC/SESu. E apesar desse
método ser um avanço, ainda falta definir alguns pontos
do projeto, por exemplo, se os critérios de avaliação
serão aplicados por área ou por cursos.
O documento fundamentado pelo CEG destacava, dentre outros aspectos,
a necessidade de se produzir conceitos ou algum tipo de categorização
que indicasse claramente o resultado da avaliação
institucional, o que não estava explícito na proposta
inicial apresentada pelo SINAES. Ao que parece, o IDES, Índice
de Desenvolvimento do Ensino Superior, na proposta apresentada esta
semana, incorporou a preocupação de atribuir pesos
e categorias para analisar as instituições de ensino
superior.
Da mesma forma, ao instituir a CONAV, Comissão Nacional de
Orientação da Avaliação, com mandato
de três anos e composta por alunos, professores, servidores
e representantes da sociedade, o IDES também parece incorporar
as preocupações apresentadas com relação
à homogeneidade da comissão inicialmente proposta
pelo SINAES, composta por 12 integrantes especialistas em avaliação
e gestão da educação superior nomeados pelo
Presidente da República.
De fato, no documento do CEG, além das críticas à
homogeneidade daquela comissão inicialmente pensada no SINAES,
já denunciada em outros documentos como aquele produzido
pelo FORGRAD, Fórum de Pró-Reitores das Universidades
Brasileiras, nós avançamos no sentido de apresentar
sugestões de estruturas organizativas da avaliação,
indicando possível composição de comissões
externas e internas para a avaliação institucional.
A aplicação do exame de avaliação do
desempenho discente que substituirá o Provão em dois
momentos da vida universitária, no início e no fim,
por amostras, ainda pode ser questionada.
Entretanto, falta deixar claro os critérios de amostragem,
uma vez que, por serem amostras voluntárias, poderiam ocorrer
distorções dos resultados obtidos. Mas, em suma, creio
que a proposta apresentada avança com relação
à redução anterior da avaliação
institucional aos Provões, incorpora sugestões do
SINAES e críticas que surgiram quando a UFRJ, por intermédio
do CEG, protagonizou a sistematização de contribuições
para esta importante dimensão da vida institucional no ensino
superior: sua avaliação.
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