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Edição 251      26 de maio de 2009


No Foco

UFRJ faz diagnóstico do perfil socioeconômico da Zona Oeste



Vanessa Sol

foto no foco

A UFRJ elaborou, recentemente, um estudo que traça o perfil socioeconômico da Zona Oeste. A pesquisa, desenvolvida pelo Grupo de Inovação do Instituto de Economia (IE/UFRJ), faz um recorte pautado na vocação industrial das regiões administrativas de Bangu, Realengo, Campo Grande e Santa Cruz, que representam cerca de 30% da área do município do Rio de Janeiro.

A pesquisa Desenvolvimento Econômico Local da Zona Oeste do Rio de Janeiro e de seu Entorno: Diagnóstico Socioeconômico do Local, coordenada pela professora Renata La Rovere, do IE, faz parte do edital “Pensa Rio” lançado em 2007 pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O projeto, desenvolvido por uma equipe multidisciplinar formada também por pesquisadores da Faculdade de Direito e da Escola de Serviço Social da UFRJ, ainda está em andamento e deve ser concluído até julho deste ano.

O diagnóstico realizado pelo projeto aponta, na opinião da coordenadora, que a Zona Oeste é a região de maior “potencial para o desenvolvimento industrial e tecnológico, ainda que as atividades comerciais sejam bastante relevantes pela ótica do número de estabelecimentos e empregos locais”. O estudo mostra que os estabelecimentos de médio e grande portes são os principais geradores de emprego da região.

De acordo com o relatório do estudo, entre os principais desafios apresentados para o desenvolvimento da região estão o tamanho das empresas, que as impede de especializarem-se e adotarem padrões de gestão mais modernos; a dificuldade das empresas em exportarem seus produtos; a precariedade da infraestrutura portuária, ferroviária e rodoviária; e a falta de qualificação profissional e de segurança na região.

Na etapa final do projeto, a intenção é propor uma agenda com ações de fomento ao desenvolvimento da região a ser entregue aos governos municipal, estadual e federal a fim de que eles implementem tais ações. De acordo com a coordenadora, a sugestão é criar um conselho integrado pelas associações comerciais e industriais da região, por representantes da sociedade civil organizada e de instituições de ensino e treinamento, além de representantes do setor público. “Esse conselho seria responsável por pensar as ações e identificar quem pode implementá-las”, ressalta Renata La Rovere.

O estudo sobre a Zona Oeste não abrange Barra da Tijuca e Jacarepaguá por apresentarem um perfil voltado à prestação de serviço e também residencial.

Etapas

Na primeira etapa do estudo foram levantados os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) para avaliar o perfil do emprego e dos estabelecimentos. Também foram utilizadas estatísticas do IBGE e do Iplan-Rio para a construção de indicadores sociais, como índice de desenvolvimento humano e escolaridade média da população.

Na segunda etapa, foi distribuído um questionário a 262 empresas, que ajudou a identificar algumas questões que podem se constituir como desafio às empresas da região. As repostas foram validadas junto às associações comerciais. Foi realizado também um estudo qualitativo contemplando as áreas de comércio exterior, uso e ocupação do solo, logística e infraestutura, segurança pública, educação e governança. Depois da realização dessa etapa do estudo, foi feito um sumário executivo apontando questões importantes para a implementação de políticas de fomento ao desenvolvimento da região.

A terceira etapa do projeto foi a organização de um workshop, no qual foi apresentado um sumário executivo combinado com o diagnóstico obtido através dos questionários. Segundo La Rovere, após a apresentação dos resultados da pesquisa, os participantes puderam colaborar na construção de uma agenda de ações. “Não há possibilidade de nós, da UFRJ aqui na Praia Vermelha, identificarmos com 100% de acerto as ações de fomento ao desenvolvimento da região. Acreditamos que as ações precisam ser construídas coletivamente. Os participantes precisam ter a noção de pertencimento”, afirma a coordenadora, destacando que são as lideranças locais que devem dizer se o conjunto de ações é pertinente.

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