Edição 268 22 de setembro de 2009
Jovens entre 18 e 25 anos compõem o perfil de grande parte dos alunos da UFRJ, também são eles que constroem o grupo de risco quando o assunto é imprudência no trânsito. E é para atingir estes jovens, também todos os outros motoristas, que acontece a Semana Nacional do Trânsito, que este ano tem como tema Educação no Trânsito e a UFRJ participa ativamente promovendo palestras e mesas redondas (a programação completa pode ser acessada no site da Escola Politécnica www.poli.ufrj.br).
“É muito importante a participação da UFRJ, pois aqui na universidade estudam 35 mil alunos e a grande maioria faz parte do grupo de risco. A gente precisa fazer alertas para essa questão da segurança no trânsito, o tempo todo”, evidenciou Eva Vider, professora do Departamento de Engenharia de Trânsito da Escola Politécnica.
Papel da universidade
A segurança no trânsito passa por quatro grandes vertentes: Educação (tema da semana no ano de 2009), Engenharia, Legislação e Fiscalização e todas devem funcionar em conjunto para que se obtenham melhores resultados. A Escola Politécnica atua mais especificamente na área da engenharia, pesquisando sempre formas de tornar o trânsito mais seguro, como foi o caso do cinto de três pontos, desenvolvido lá. A universidade como um todo, porém, deve focar sua atuação na vertente da educação como forma de atingir o maior número possível de pessoas.
Para a professora, a educação é fundamental para se criar um novo comportamento no trânsito e deve ser contínua para atingir bons resultados, especialmente porque grande parte desses alunos não vivenciou nenhum tipo de educação voltada para o trânsito quando crianças. “Já que não ensinam na escola, a gente pega daqui para frente o que conseguir” comentou.
No entanto, fazer com que os alunos freqüentem as palestras nem sempre é uma tarefa fácil. Segundo Eva, o grande obstáculo é trazê-los para dentro dos auditórios. “A mobilização para trazê-los para assistir as palestras que não é muito fácil. Porque a escola tem uma grade horária cheia; marcamos de 12h a 13h, mas nesse horário o pessoal está com fome. Ainda não achamos a melhor forma de mobilizá-los. Tentaremos junto com eles achar a melhor formula”.
Eficácia
O principal objetivo do evento é fazer com que os motoristas reflitam sobre o seu comportamento, deveres e responsabilidade no trânsito. É nesse ponto que a Semana Nacional do Trânsito atua, com ações em todo o país, o evento pretende colocar o tema, pouco discutido em outras ocasiões, em foco. “Pelo menos nessa semana se discute bastante o tema, porque não há o hábito de falar sobre o trânsito” disse Vider.
A violência no trânsito se tornou tão comum que quase é banal. Pouco se discute o assunto porque ele parece já não ter tanto impacto sobre as pessoas, quando o acidente não tem grandes proporções dificilmente atrairá a atenção da mídia. Enquanto a gripe suína tomou conta dos noticiários por ser um fato novo, as mortes por causa da imprudência ao volante são muito maiores do que as provocadas pelo vírus H1N1, porém como já fazem parte do cotidiano do brasileiro não aparecem nos jornais. “O trânsito mata mais que gripe suína e a mídia dirige a cobertura apenas para a gripe; aqui também precisamos de atenção e divulgação” concluiu Eva.