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Edição 270      06 de outubro de 2009


Olho no Olho

Enfermagem e Desenho Industrial ganham cinco estrelas no Guia do Estudante



Bruno Franco e Thor Weglinski


A revista Guia do Estudante, da Editora Abril, tem a proposta de orientar o vestibulando acerca dos cursos de graduação e pós-graduação das universidades brasileiras. Anualmente, a revista divulga um ranking com os melhores cursos superiores de universidades do país. Em 2009, os cursos de Enfermagem e o de Desenho Industrial da UFRJ ganharam a cotação cinco estrelas, qualificados como excelentes. O Olhar Virtual entrevistou a professora Maria Antonieta Rubio Tyrrell, diretora-geral da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), e Valdir Soares, coordenador do curso de Desenho Industrial, da Escola de Belas Artes da UFRJ (EBA), para comentar o resultado.

Maria Antonieta Rubio Tyrrell
Diretora-geral da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)

“A obtenção das cinco estrelas na edição de 2009 coroa um amplo esforço de estudantes, docentes e funcionários em comunicar nada menos que a excelência do curso”

“Os cursos de Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery prezam pelos padrões elevados de qualidade e equidade, promovendo uma formação humanística do cidadão com capacidade crítica frente à sociedade e ao Estado. Essa é provavelmente a característica primeira de nossa unidade.

Buscamos também promover o desenvolvimento técnico, científico, econômico, social, artístico e cultural, além de estimular o conhecimento e a busca de soluções de problemas do mundo contemporâneo, desenvolvendo a pesquisa científica, a extensão e divulgando conhecimentos à comunidade.

Outra de nossas qualidades é a de respeitar os princípios de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; integração permanente com a sociedade, com o mundo do trabalho e com os demais níveis e graus de ensino; igualdade de condições para o acesso e permanência discente na instituição; e liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte, a cultura e o saber. No campo mais estrito, o resultado desses princípios de qualidade culminam na formação de um profissional de excelência, que retorna à sociedade brasileira o investimento a ele dirigido.

Para o alcance das metas institucionais e manutenção da excelência das atividades desenvolvidas na EEAN, reconhecemos que são necessárias melhorias contínuas. Algumas delas, já implementamos ao longo dos anos com a implantação do Plano Diretor; outras ainda se apontam como desafios. Dentre as últimas, reconhecemos a necessidade de ampliar a oferta de ambientes presenciais de ensino-aprendizagem em salas de aulas e laboratórios, tanto em nossa sede na Cidade Nova, quanto no CCS/UFRJ.

Também é uma melhoria almejada a ampliação do uso de Novas Tecnologias de Comunicação e Informação, em especial, de equipamentos e infraestrutura para ensino a distância e constituição de redes de colaboração on-line entre pesquisadores. Temos algumas dificuldades na transmissão de dados entre a sede e o campus da Cidade Universitária, que trazem complicações ao desenvolvimento excelente.

Nossos objetivos permanecem sendo os de garantia de qualidade acadêmica; gestão democrática e colegiada; eficiência, probidade e racionalização na gestão de recursos;  além da valorização profissional dos docentes e servidores técnico-administrativos. Os desafios permanecem os mesmos que nos acompanham desde a criação de nosso curso em 1923, que, em síntese, se manifestam na meta de responder em nível de excelência às demandas da sociedade pela constituição de uma enfermagem de qualidade. Hoje, buscamos atender a esse desafio com a interiorização e ampliação do campus  Macaé, a crescente qualificação do curso de pós-graduação, a modernização de processos e tecnologias do ensino de graduação e a ampliação da pesquisa e das iniciativas de extensão universitária.

Compartilhamos o reconhecimento com os demais cursos e instituições de ensino acerca da inquestionável relevância que possui o Guia do Estudante como orientador do aprendiz que almeja ingressar no nível superior. O curso de graduação em Enfermagem e Obstetrícia da Escola de Enfermagem Anna Nery entende que a obtenção das cinco estrelas na edição de 2009 coroa um amplo esforço de estudantes, docentes e funcionários em comunicar nada menos que a excelência do curso.”

Professor Valdir Soares
Coordenador do curso de Desenho Industrial da Escola de Belas Artes da UFRJ (EBA)

“A grande força do curso é sua interdisciplinaridade, sua sinergia com outros saberes. Por estar em uma universidade da magnitude da UFRJ, que permite essa troca com profissionais de outras áreas, que faz com que nossos estudantes cheguem ao mercado com uma formação diferenciada”

“Somos fruto do capitalismo. Existimos porque alguém quer vender alguma coisa, quer inovar seu produto, sua marca. Designer não é um artista. Ele cria uma identidade visual mais forte, um produto mais inovador. Os fóruns em que participamos não são os de arte, e sim os da indústria, do setor produtivo.
 
A universidade valoriza muito a pesquisa e nós trabalhamos com projetos. Não que a pesquisa não nos seja importante, mas temos a necessidade premente do ensino. Como docentes, estamos limitados, pois só podemos pensar em expandir instalações e adquirir mobiliário e equipamento, se isso estiver atrelado a um projeto de pesquisa. Ou em trocas, como o Reuni, que objetivam a expansão da oferta de vagas. Mas não temos que formar uma quantidade brutal de profissionais, pois o mercado não atende. Mesmo na Europa, as turmas são restritas, já que trabalham como equipes de projetos. Assim, o docente tem de ser um parceiro. Além de transmissor de conhecimentos, é um facilitador do ensino, porque é como um diretor de arte, em uma agência, ou um diretor de projeto em uma fábrica, que trabalha com sua equipe, no caso, formada pelos estudantes.

Nós incentivamos os alunos para que percorram os próprios laboratórios da UFRJ e vejam o que esteja sendo feito nas áreas tecnológicas, médicas ou de ciências da natureza. Nós fizemos o projeto do ônibus movido a hidrogênio, em parceria com a Coppe, que só ficou na mídia porque é bonito (risos).

A grande força do curso é sua interdisciplinaridade, sua sinergia com outros saberes. Por estar em uma universidade da magnitude da UFRJ, que permite essa troca com profissionais de outras áreas, que faz com que nossos estudantes cheguem ao mercado com uma formação diferenciada. Em relação aos demais cursos da EBA, não há exatamente uma troca, mas nos apropriamos de algumas coisas, como a linguagem do desenho. No entanto, não a utilizamos como uma virtude artística, e sim como  ferramenta, com objetividade, para mostrar o produto ao demandante. Quem diz que o designer é um artista, normalmente não tem formação de designer.

Estar dentro de uma escola de arte às vezes cria uma liberdade de trabalho maior do que se estivesse engessado em uma escola de Engenharia, fazendo quatro disciplinas de cálculo, que iriam sabotar a criatividade do designer e mudar o foco. É importante para o designer se apropriar dos vários fazeres, dos vários conhecimentos, de acordo com a temática do projeto com o qual esteja envolvido. Esse é um grande trunfo do nosso curso de Desenho Industrial, pela situação plural que temos na UFRJ.”