Edição 240 10 de março de 2009
A partir deste ano, alunos de Direção Teatral da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ passarão a contar com um espaço próprio para realização de peças, ensaios, atividades acadêmicas e outras produções do curso. A cobertura do galpão multiuso, localizado em frente ao prédio da ECO, começou a ser instalada em fevereiro último, durante o recesso. A construção deve ficar pronta em março. De acordo com Carmem Gadelha, coordenadora do curso de Direção Teatral, o espaço é a concretização de um desejo antigo do curso. “Estamos muito felizes porque a rigor nunca tivemos um espaço. As primeiras mostras de teatro foram feitas na Casa da Ciência”, relata Carmem.
Em 2006, após uma interdição da Casa da Ciência pelo Corpo de Bombeiros, a mostra ocorreu na Sala Vianinha, que passara por uma rápida adaptação. Depois houve uma reforma mais ampla da sala com a criação de infra-estrutura básica para a realização das mostras. Agora, com o galpão, a realidade parece mais promissora. “Não foi só o curso de Direção Teatral que ganhou. A Escola toda ganhou, porque agora temos um espaço multiuso relativamente bem equipado e adequado”, ressalta.
Ela destaca o caráter versátil do espaço, que pode servir também como local de realização de palestras e exibição de filmes. Mas o principal ganho é para as atividades acadêmicas, afirma Carmem. “Sobretudo para aulas práticas de Direção Teatral, sem fazer barulho para a ECO e ao mesmo tempo com espaço livre sem cadeiras de sala de aula.” Os professores brincam dizendo que parte do aquecimento de corpo durante as aulas é feita com a remoção das cadeiras das salas.
Haverá no galpão cadeiras para o público, mas que poderão ser removidas, possibilitando diversos formatos, como palco à italiana e formato arena. Segundo Carmem, a idéia é aproveitar o potencial multiuso para que os alunos encontrem ambiente adequado para fazer trabalhos de corpo, aulas de interpretação e exercícios de direção.
O Palácio Universitário conta com um teatro de arena no Instituto de Economia (IE). Porém, não pode ser utilizado, pois oferece inúmeras dificuldades. Uma delas é o fato de ser cercado por salas de aula do IE. Outros fatores são de ordem técnica, já que o teatro ao ar livre está sujeito a chuvas e exige cuidados para instalação da iluminação. Além disso, o formato do local é um limitador, pois nem todo espetáculo é adequado a um teatro de arena. “O teatro é uma arte do tempo e do espaço. Essa linguagem está estreitamente ligada e até condicionada pela relação com o espaço”, aponta a coordenadora.
Estrutura
A estrutura do galpão foi desenvolvida pelo professor Fernando Amorim, do curso de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica, a partir da descrição feita pela própria coordenadora e pelo professor José Henrique sobre como adequar melhor o novo espaço às necessidades dos alunos. O tipo de revestimento que será usado para separar a parte interna do meio externo ainda está sendo estudado.
– A gente espera fazer escalas de ensaio com tabela de ocupação pelos alunos. Obviamente tudo isso vai funcionar em articulação com a Sala Vianinha. Na verdade, as duas salas são espaços multiusos dos quais a Escola de Comunicação dispõe. A eles vai ser dada essa múltipla destinação e a mesma lógica de funcionamento – ressalta Carmem.
São realizadas mostras de teatro ao longo do ano, sendo a principal o trabalho de formatura, que ocorre no fim do ano. Já a Mostra de Teatro da UFRJ, que ocorre na Sala Vianinha, é um trabalho mais complexo e de infra-estrutura mais ampla.
Carmem destaca por fim a importância do aparelho cultural da UFRJ no diálogo com a sociedade. “Do ponto de vista da relação com a sociedade, podemos devolver gratuitamente a ela o que ela nos propicia fazer, um produto de qualidade. Temos um público que, às vezes, volta para casa por falta de lugares. O que nos deixa muito felizes é saber que a UFRJ está se equipando para poder ter uma atuação mais ampla de relação com a cidade e de formação de platéias no Rio de Janeiro. A coisa mais importante é a possibilidade de adquirir infra-estrutura para que tudo aquilo que a UFRJ produz com esforço dos seus professores e com muito empenho dos seus funcionários tenha realmente um resultado para a sociedade”, conclui Carmem.