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Edição 255      23 de junho de 2009


No Foco

Revitalização do canais do Cunha e do Fundão ainda está em fase inicial



Vanessa Sol e Pedro Barreto


Depois de uma inauguração em que estiveram presentes governador, prefeito, ministro, entre outras autoridades, em fevereiro, as obras de recuperação dos canais do Cunha e do Fundão ainda estão em fase inicial. Quatro meses depois, não obstante as promessas, ainda não é possível avistar o movimento dos tratores no trabalho de desassoreamento. Segundo o vice-prefeito da UFRJ, Ivan Carmo, “a obra ainda está em fase de montagem dos canteiros”.

Porta de entrada para quem chega ao Rio de Janeiro, os canais estão completamente assoreados, proliferam mau cheiro e trazem risco de doenças. Com as obras, a previsão é que sejam retirados cerca de 200 milhões de m3 de sedimentos contaminados, além de lixo sólido. O projeto de despoluição dos canais, viabilizado através de um consórcio realizado entre a UFRJ, a Petrobras e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, vão utilizar tubos geotêxteis. Assim que forem postos em prática, os geobags servirão para a limpeza e remoção dos detritos e sedimentos no processo de desassoreamento dos canais.

A proposta é que os sedimentos sejam retirados por dragas e, em seguida, passem por uma malha fina, responsável por separar o material líquido do sólido. O material tóxico passará por um tratamento químico de descontaminação ainda no geobag. A parte líquida tratada deverá ser devolvida aos canais. Já o material sólido permanecerá no geobag, que após chegar a seu limite será enterrado. De acordo com a presidente da Comissão de Acompanhamento e Fiscalização das obras e também decana do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, Ângela Rocha, o “pioneirismo do sistema pode permitir que ele seja utilizado como modelo para a despoluição de outras áreas”.

O assoreamento dos canais, além de impedir a circulação das correntes marítimas e dificultar a navegação pesqueira, causa inundações dos afluentes e enchentes nas comunidades que os circundam. Esse problema é frequentemente enfrentado também pelos moradores da Vila Residencial da UFRJ, localizada na ala sul da Cidade Universitária e às margens do Canal do Cunha.

No entanto, os membros do Conselho Diretor da Associação de Moradores da Vila Residencial (AmaVila- UFRJ) conseguiram que o local fosse contemplado pelo projeto. De acordo com Marcello Cantizano, membro do Conselho, as obras trazem inúmeros benefícios. “Depois da dragagem, um dos piores problemas que temos na Vila, as enchentes, será reduzido”, explica.

O processo de despoluição do local vem sendo discutido há mais de 15 anos na esfera governamental; porém, na UFRJ o assunto passou a fazer parte da agenda da universidade há quatro anos. Para a presidente da Comissão, as obras são um ganho para a cidade do Rio de Janeiro. “A revitalização dos canais melhora não só a qualidade de vida na Cidade Universitária, mas na cidade como um todo”, destaca Rocha.

O projeto, financiado pela Petrobras, custará, aproximadamente, 200 milhões. Parte da verba trata-se de uma compensação ambiental que a empresa deve ao Estado. A previsão é que as obras sejam concluídas em 24 meses.

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