Pela estação de propostas do Comitê Técnico do Plano Diretor da UFRJ circula com otimismo o Trem de Levitação Magnética. Nesta última segunda (30/3), detalhes do também chamado Maglev-Cobra foram expostos ao CTPD pelos engenheiros Eduardo G. David e Richard Stephan, professores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ). A torcida é para que, com o domínio dessa pioneira tecnologia, o experimento possa expandir seus trilhos por dentro da Cidade Universitária e, futuramente, com o apoio do poder público, ligar os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim em cerca de 18 minutos.
Desenvolvido em etapas, o experimento tem o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) para construir os primeiros 150 metros de trilhos. “O nosso trem é viável em escala real”, destaca Richard Stephan, coordenador do Maglev-Cobra, pontuando que o veículo se movimenta através de um motor elétrico e sem poluir o meio ambiente. “A tecnologia em que estamos trabalhando é diferente da executada em outros países. Trata-se de uma alternativa de transporte para os centros urbanos, com trens saindo a cada três minutos e circulando a uma velocidade de até 70 km/h.”
O gerente do projeto MagLev-Cobra, Eduardo G. David, analisa que há um alinhamento político propício para uma nova fronteira ferroviária. “Pela primeira vez, em muitos anos, há um alinhamento entre os governos municipal, estadual e federal. Eles estão buscando saídas para melhorar a infraestrutura urbana para a Copa 2014 e fortalecer, em especial, a candidatura do Rio a sede das Olimpíadas de 2016”, explica David, expondo que a maior ambição é transportar passageiros entre os aeroportos Tom Jobim e Santos Dumont, uma distância de 25 km. Ao longo do trajeto, haveria estações na Cidade Universitária, Rodoviária Novo Rio, Praça Mauá e Praça XV, além de uma conexão com o metrô da Cinelândia.
Maior entusiasta da inovação tecnológica, o professor Stephan recomenda prudência, em especial, às autoridades. “As leis da Ciência obedecem a seu próprio tempo; por enquanto ainda não temos nenhum produto para vender. Os 150 metros de trilhos desmontáveis, construídos próximos ao Centro de Tecnologia (CT), serão determinantes à evolução do experimento. Num segundo momento, queremos estendê-lo pelos 4,3 km dentro do campus e por fim conectá-lo à malha de transportes da cidade.”
“Apoiamos incondicionalmente o êxito deste projeto”, afirmou Carlos Levi, pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3), destacando a importância do Maglev na busca para integrar as unidades dentro do campus. “Ele é econômico tanto no consumo de energia, quanto no custo de construção. Por exemplo, o metrô subterrâneo tem o custo de R$ 100 milhões por quilômetro: já o Maglev apresenta o custo de 1/3 desse valor. Dentro do campus, como não teríamos que gastar com indenizações para desapropriar terrenos, o custo por quilômetro ficaria em torno de R$ 15 milhões”, finalizou Levi.