Aos novos diretores das unidades da UFRJ, apresenta-se uma perspectiva nova com as possibilidades oferecidas pelo Plano Diretor UFRJ 2020. O projeto de integração dos cursos da universidade prevê a transformação espacial da Cidade Universitária e pode ser uma oportunidade para todas as unidades. Para aquelas situadas fora da Cidade Universitária, a transferência prevista no Plano é facultativa. Algumas unidades já decidiram pela transferência, como a Faculdade de Educação e a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, localizadas no campus da Praia Vermelha; já a Escola de Comunicação, também na Praia Vermelha, pretende permanecer no local.
A diretora reeleita do Colégio de Aplicação(CAp/UFRJ), Celina Maria Costa, se mostra favorável à mudança para a Cidade Universitária. Segundo ela, a unidade, que ocupa um prédio da prefeitura na Lagoa, sempre reivindicou estar no campus da Praia Vermelha, por este abrigar a Faculdade de Educação. Um dos motivos para desejar a transferência é justamente o fato de a Faculdade de Educação ter decidido ir para a Cidade Universitária. “Além da Faculdade de Educação, o CAp deve estar próximo das unidades que oferecem licenciatura, e elas estão nesse campus”, afirma Celina.
O mau estado do prédio do CAp é outro motivo apontado pela diretora para apoiar a transferência, assim como a possibilidade de implantação do horário integral para os alunos na Cidade Universitária. Celina afirma que a maioria dos professores é favorável à mudança, mas que a unidade reivindica condições para se transferir. Uma comissão está elaborando uma lista com algumas delas, que será levada à Congregação até o final do ano, antes de ser enviada ao reitor.
Para o diretor recém-reeleito da Escola Politécnica, Ericksson Rocha e Almendra, a integração dos cursos prevista no Plano Diretor pode oferecer aos alunos de Engenharia a oportunidade de enriquecer a formação através do estudo de disciplinas de outros cursos, especialmente da área de ciências humanas. Outro aspecto destacado pelo diretor é a construção de novos prédios para a Escola de Química e para o Instituto de Física, o que liberará os espaços do bloco A do Centro de Tecnologia para atividades exclusivamente didáticas, o que possibilitaria o aumento de número de vagas para os alunos da Escola Politécnica.
Eleonora Ziller, recém-eleita diretora da Faculdade de Letras, ressalta como positiva a possibilidade de o curso passar a contar com biblioteca unificada, teatro, além de ter o Colégio de Aplicação instalado próximo a ela. A professora critica a pouca discussão sobre o Plano na FL, onde as propostas não chegaram aos departamentos e a maioria do corpo docente não se envolveu com o tema, a despeito dos esforços da Reitoria em abrir o debate.
Sobre a execução do previsto no Plano Diretor, Eleonora se mostra cautelosa: “Ainda há muita descrença por conta de uma crônica falta de recursos e pela longa experiência de obras que demoram décadas para serem concluídas. Entretanto, essa parece ser a chance de começarmos a reescrever a nossa história, e por isso é importante apostar no Plano Diretor e nas amplas possibilidades apresentadas por ele”.
Já a nova direção do Ifcs decidiu manter a decisão da congregação de permanecer no prédio do Largo de São Franciso. “Já ouvimos do Aloisio (Teixeira, reitor) o compromisso de que as unidades têm soberania para decidir se permanecerão ou não nas atuais instalações”, afirma Marco Antônio Gonçalves, novo diretor da unidade.
No texto que enumera os principais pontos que nortearão a futura gestão está “a valorização do espaço físico como patrimônio e parte da história do Brasil e do Rio de Janeiro”. Para oferecer condições de permanência à comunidade do Ifcs, no entanto, o candidato ressalta que deverá lutar por verbas junto à Administração Central. “Devemos estreitar os contatos para reivindicar recursos a serem alocados no nosso espaço físico. Precisaremos lutar por isso”, conclui.