A Faculdade de Letras (FL-UFRJ) iniciou, na última terça, dia 24, a consulta eleitoral para escolher os novos dirigentes da unidade. Para o pleito deste ano, concorrem a chapa 1, “Perspectiva”, cujo candidato à direção é o professor Dau Bastos, e a chapa 2, “Com todas as Letras”, que tem a professora Eleonora Ziller como candidata. A votação acontece até esta quinta, dia 26.
A grande mudança para as eleições atuais é o critério de votação, que passou do sufrágio universal para o paritário. A comunidade acadêmica da FL decidiu adotar o novo critério através de uma assembleia geral, realizada no dia 4 de novembro, no hall da biblioteca José de Alencar, da qual participaram docentes, discentes e funcionários técnico-administrativos.
Com a paridade, os votos têm pesos diferentes, de forma a tornar equivalente a manifestação das três categorias. No entanto, a escolha do novo sistema dividiu opiniões. Para o candidato da chapa 1, professor Dau Bastos, favorável ao voto universal, esta modalidade é mais democrática. Segundo ele, “se jovens que estão na Faculdade de Letras têm inteligência para votar desde os 16 anos nas eleições governamentais, então podem valer um voto na eleição da Faculdade”, opina.
Para a candidata da chapa 2, Eleonora Ziller, a decisão pelo voto paritário nasceu da insatisfação do corpo docente com os atos decisórios da atual direção da Faculdade de Letras. A professora afirma que a chapa começou a levantar a bandeira da paridade porque a escolha do sufrágio universal na eleição anterior tinha sido polêmica. “Queríamos recuperar o equilíbrio dentro da Faculdade de Letras nas três categorias. Fizemos então uma assembleia histórica com 80 professores, e depois foi feita a assembleia geral com todas as categorias para definir sobre o critério do voto a ser adotado”, enfatiza.
Propostas
Entre as propostas apresentadas pela chapa 1, está a utilização da verba da unidade para dar continuidade às obras de infraestrutura e para a compra de novos equipamentos. A ideia é aperfeiçoar as instalações para melhorar as condições de trabalho e ensino.
Outra meta da chapa 1 é melhorar a comunicação na Faculdade de Letras através da criação de sites com boa navegabilidade, a fim de que haja mais interação e se desenvolva o atendimento virtual. O professor Dau Bastos afirmou ainda que preservará as atuais conquistas, como o bandejão, por exemplo, e a aprovação do curso noturno. “A meta é expandir com a qualidade. O uso da verba deve ser para o bem comum”, afirma.
Já entre as propostas apresentadas pela chapa 2, estão a construção de um orçamento participativo, em torno do qual a comunidade da Letras será mobilizada para definir os custos da unidade, e a busca de parcerias dentro da universidade para a elaboração de projetos e solução de problemas, como o acesso e a permanência de portadores de necessidades especiais.
Outra ideia é definir um “plano ecológico” para a FL. “Queremos mobilizar os potenciais da UFRJ e, através de projetos com outras unidades, encontrar soluções para melhorar qualitativamente a Faculdade de Letras”, destaca Eleonora, que afirma ainda que o saldo da campanha, independentemente do resultado eleitoral, é a realização de um movimento propositivo.