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Edição 329      15 de março de 2011


Entrelinhas

Como perceber e tratar a distimia?

 

Janine Justen

 

 Distimia: do mau humor ao mal do humor é relançado em sua terceira edição. O livro, revisado e atualizado, traz um novo capítulo focado em emoções, afetividade e humor.
Antonio Egidio Nardi, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB), coautor da obra, juntamente com os também médicos Ricardo Alberto Moreno e Táki Athanassios Cordas, conversou com o Olhar Virtual para esclarecer questões sobre a doença, seus sintomas, diagnóstico e tratamento.

Olhar Virtual: Qual o tema do livro?

Antonio Egidio: Distimia, um transtorno crônico de humor. A doença apresenta intensidade leve, porém, persiste por, pelo menos, dois anos de maneira constante ou intermitente.

Olhar Virtual: Como surgiu a ideia de escrever o livro?

Antonio Egidio: A distimia, apesar de frequente, – atinge cerca de 3% da população - é pouco estudada e pouco discutida no meio médico. Isto acarreta consequências muito prejudiciais ao indivíduo e a chance de comorbidade é muito elevada.

Olhar Virtual: A qual público o livro se destina?

Antonio Egidio: O livro se destina a profissionais de saúde e a todas as pessoas que desejam se informar sobre o mau humor crônico. Desta forma, a linguagem é clara e de fácil compreensão.

Olhar Virtual: Quais são os sintomas do transtorno distímico?

Antonio Egidio: Os sintomas da distimia são irritabilidade, pessimismo, baixa autoestima e falta de prazer em todas ou quase todas as atividades. Apesar dos sintomas serem de intensidade branda, a doença se inicia precocemente e compromete de maneira significativa a vida do indivíduo, principalmente no que se refere a relacionamentos interpessoais.

Olhar Virtual: Qual é a  faixa etária de maior incidência?

Antonio Egidio: Os transtornos de humor, em geral, se iniciam na adolescência, podendo perdurar por toda a vida. Recentemente, estudos epidemiológicos evidenciaram um subtipo menos frequente de distimia, cujo início se dá na meia-idade ou idade avançada. Nestes casos, predominam a depressão e o transtorno bipolar no histórico familiar.

Olhar Virtual: Qual a importância de diagnóstico e tratamento adequados?

Antonio Egidio: O diagnóstico correto e precoce, assim como o tratamento adequado, previne complicações como abuso de drogas ou depressão.

Olhar Virtual: Qual a importância de uma intervenção psiquiátrica preventiva?

Antonio Egidio: Infelizmente ainda não se descobriu um método cientificamente comprovado para prevenir transtornos mentais como a distimia. O mais importante, à luz dos conhecimentos atuais, é não ter preconceito e procurar ajuda psiquiátrica em caso de suspeita de qualquer transtorno de humor.

Olhar Virtual: Como se deu a criação de programas educacionais mundiais para atualizar e treinar profissionais da área de saúde mental?

Antonio Egidio: Isto veio através da Organização Mundial de Saúde (OMS), preocupada com a alta incidência de transtornos de humor, associada à pouca informação de profissionais de saúde e da população em geral.

Olhar Virtual: Como este processo se dá no Brasil?

Antonio Egidio: Programas educativos têm tido o apoio de centros universitários para a divulgação e esclarecimento do diagnóstico.

O livro Distimia: do mau humor ao mal do humor, da Editora Artmed, tem 118 páginas e é comercializado pelo valor médio de R$35.

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