Edição 172 21 de agosto de 2007
A UFRJ tem evidência na mídia, principalmente por sua produção acadêmica e projetos de extensão que afetam e buscam entender melhor a sociedade. Todavia, nas últimas semanas, a universidade tomou destaque a partir do lançamento do anteprojeto do Programa de Reestruturação e Expansão da UFRJ, pelo atual reitor Aloisio Teixeira.
Apesar de o documento prever mudanças curriculares e aumento do número de vagas nos vestibulares, um ponto chama mais atenção e movimenta o debate sobre o anteprojeto: a mudança física de todas as unidades do campus da Praia Vermelha e do Centro da cidade do Rio de Janeiro para o campus da Ilha da Cidade Universitária, com exceção dos hospitais universitários.
Nesta terça-feira (21), a revista Megazine do jornal O Globo publicou uma matéria, cujo título “Fundão? Não!” incitava a leitura sobre Programa de Reestruturação e Expansão da UFRJ com ênfase na questão da mudança de campi, na qual a jornalista Ediane Merola expõe a opinião da diretora da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ), Ivana Bentes, do diretor do Instituto de Psicologia (IP/UFRJ), Marcos Jardim Freire, e do decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE/UFRJ), Alcino Ferreira.
Para entender a postura da mídia diante de discussões institucionais das universidades no Brasil, o Olhar Virtual conversou com Ivana Bentes. A partir da leitura da reportagem publicada, a diretora da ECO apontou a polêmica reforçada pela mídia a cerca do assunto. “O título da reportagem já é sensacionalista, pois com impacto procura chamar o leitor para o tema que foi pautado e evidenciado por ser o mais polêmico dentro da conjuntura do anteprojeto”, avaliou.
Ivana Bentes acredita que a reportagem procurou abordar mais de um ponto de vista. “A minha opinião difere da opinião do diretor do IP e do decano do CCJE. Mesmo dentro da ECO, há pontos de vista diferentes. É interessante mostrar a multiplicidade da UFRJ”, elogia a diretora.
A maior crítica que Ivana faz ao tratamento que a mídia tem dado ao anteprojeto é a diminuição do mesmo à mudança física das unidades. “Quando eu, como diretora da ECO, me reúno com meus professores ou com representantes de outras faculdades, nós procuramos não reduzir o debate sobre o programa, cujas iniciativas incluem expansão de vagas e criação de novas modalidades de cursos”, comentou a professora. Ivana acredita que a polêmica de levar as unidades da Praia Vermelha e do Centro para a Ilha da Cidade Universitária chamou a atenção para o anteprojeto como um todo, que vem sendo amplamente discutido. “O problema é que muitas pessoas estão interessadas em debater exaustivamente a mudança de campus do que os outros pontos do documento”, criticou a diretora que diz entender esta postura, já que a unificação dos centros em um único campus vai de encontro à proposta de descentralização da universidade amplamente difundida durante o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRJ.