Edição 281 22 de dezembro de 2009
Já está disponível o número 50 do Jornal da UFRJ. A edição de dezembro faz um retrospecto da trajetória do periódico mensal que teve seu número zero publicado em julho de 2004.
Os primórdios da publicação datam de 2003, quando Aloisio Teixeira assumiu a Reitoria com o objetivo de romper com a cultura organizacional de fragmentação da universidade.
Neste sentido, uma das iniciativas para promover a integração interna das unidades acadêmicas foi a criação de uma estrutura de Comunicação Social Institucional. Segundo João Eduardo Fonseca, chefe de gabinete do reitor, a ausência de uma estrutura desse tipo era marca do atraso institucional da universidade. “Tivemos que lidar com uma cultura que encarava a universidade de forma fragmentada, que não possuía um projeto institucional global para a UFRJ. Ter um projeto de Comunicação Social nesses termos era um desafio porque a universidade, no seu conjunto, tinha dificuldade em se perceber como um coletivo único e comum”, afirma.
A concretização da intenção da nova administração no âmbito comunicacional veio somente em 2007, com a criação da Coordenadoria de Comunicação da UFRJ (CoordCOM). Entendid o como atividade estratégica e eminentemente técnica, o setor contava inicialmente com dez colaboradores. Hoje, 74 pessoas – entre profissionais e estagiários - colaboram com um projeto que ganhou o reconhecimento da comunidade universitária. “A CoordCOM promoveu uma elevação da autoestima interna e da capacidade de gerenciamento das atividades acadêmicas. É um mecanismo importante para que a UFRJ se valorize e mostre suas atividades para a sociedade”, comenta Fonseca.
Contendo serviços de Promoção Institucional, Assessoria de Imprensa, Relações Públicas, Jornalismo e Produção Editorial e Audiovisual, a CoordCOM tem no Jornal da UFRJ o seu carro-chefe. O produto deveria ter qualidade editorial, indo além da abordagem jornalística convencional, e ainda servir como instrumento de divulgação do pensamento acadêmico e comunitário, de promoção institucional da universidade.
Ao longo desses quase cinco anos e meio de existência, a publicação superou o desafio inicial de se tornar permanente e se consolidou como um importante veículo jornalístico da universidade para a universidade. No entanto, não tem a intenção de se dirigir apenas à comunidade universitária e de tratar de assuntos apenas do âmbito interno. A abordagem de temas de relevância nacional e internacional, que estão na pauta dos jornais diários, é uma marca do Jornal da UFRJ. Tal característica vem acompanhada de uma forma de tratar esses assuntos que não se encontra comumente na grande mídia. A abordagem aprofundada e contextualizada de temas que interessam não só aos membros da comunidade acadêmica, utilizando o conhecimento dos professores e pesquisadores da universidade, mas também buscando fontes de fora dela, é uma marca da linha editorial do veículo.
Carolina Barreto, dirigente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), também ressalta esses aspectos: “No jornal, são interessantes as matérias que tratam de assuntos para além da Universidade, e o cunho analítico empreendido nessas matérias”, analisa.
Paulo César Castro, coordenador do curso de Produção Editorial da Escola de Comunicação (ECO), menciona o fato de o periódico ter uma “cara” definida. “O jornal tem uma identidade, uma personalidade, está estabilizado”, avalia Castro, elogiando ainda a qualidade das pautas e as entrevistas com professores representativos da UFRJ.
Jane Maria Medeiros, bibliotecária do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), destaca o nível das matérias. ”Acho o nível muito bom, dos assuntos, dos textos e dos entrevistados”, opina, ressaltando também a informação de acontecimentos da universidade e a pluralidade de temas tratados no jornal. “Pelo jornal, tomo conhecimento de tudo que está se passando na universidade, além de ele transcender o universo acadêmico, trazendo aspectos econômicos, políticos e sociais.”
Apesar dos elogios, a publicação não está isenta de críticas. Para Maria Silvia Possas, diretora- adjunta de graduação do Instituto de Economia, as pautas deveriam contemplar mais a produção acadêmica. “O jornal não dá uma noção do que se está fazendo na universidade, não divulga a contribuição efetiva da universidade para a sociedade”, diz. Outra observação de Possas se refere ao conteúdo referente às ciências naturais. Segundo ela, faltam matérias que falem da produção acadêmica ness a área do conhecimento.
Marcelo Corrêa e Castro, decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), que escreveu um artigo no primeiro número do periódico, enxerga uma carência no que diz respeito à divulgação da produção acadêmica. “O jornal contempla pouco a produção da massa crítica da universidade.” Para o decano, o veículo ainda precisa se afirmar e para isso deve contemplar mais as questões internas. Sobre o fato , Marcelo afirma que faltaram mais visões acerca do Plano Diretor nas recentes edições que trataram do projeto que prevê a reformulação espacial da UFRJ.
Jeferson Salazar, coordenador de Comunicação Sindical do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj), discorda da opinião de Castro. Para ele, um dos méritos do jornal está na abordagem não apenas de assuntos específicos da universidade, mas também de assuntos de interesse da sociedade em geral. Outra qualidade apontada por Salazar é a forma aprofundada com que são tratados assuntos pouco explorados ou tratados de forma superficial pelo jornalismo comercial. “Neste sentido, a publicação não apenas cumpre o papel de informar, mas também de dar elementos para a formação de uma análise crítica dos temas abordados”, finaliza.