Edição 180 16 de outubro de 2007
A biblioteca Pedro Calmon será reaberta ao público, no dia 23 de outubro, completamente reestruturada. Após três anos com atividades parcialmente interrompidas por falta de espaço e condições adequadas de utilização, ela passou por uma obra de restauro de seus espaços e mobiliários da década de 50, estilo chippendale, voltando à sua forma original. Com isso, passou a ter novamente sala de referência, salão de leitura e espaço para consulta e pesquisa.
Durante este tempo, os funcionários da biblioteca continuaram trabalhando no processo de catalogação da coleção particular, doada em vida, de Afonso Carlos Marques dos Santos, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e ex-coordenador do Fórum de Ciência Cultura (FCC). São cerca de 9 mil volumes voltados aos cursos de História, Letras, Planejamento Urbano e Ciências Sociais. Para esta coleção foi criado um ex libris, selo de propriedade, identificador das obras doadas. Segundo José Tavares, coordenador técnico da biblioteca Pedro Calmon, o acervo de Afonso Carlos tem sido muito consultado por alunos de Pós-graduação.
Além do acervo doado pelo ex-professor, a biblioteca abriga a coleção Memória UFRJ, documentos que relatam a história da universidade; as obras raras e do século XX; a coleção Brasilianas e a coleção de monografias de Estudos de problemas brasileiros. A biblioteca Pedro Calmon é também o depósito legal da Editora da UFRJ, e todos os livros estão catalogados na base Minerva.
Para Tavares, a reestruturação é de fundamental importância já que a biblioteca Pedro Calmon é um lugar histórico, palco de visitas ilustres – era a sala de visitas da reitoria – e, durante anos, funcionou também como a biblioteca central da UFRJ. “Queremos que ela volte a ter a importância que teve no passado. Com a restauração, pretendemos que ela volte a ser um lugar onde personalidades são recebidas como era no passado”, ressalta.
Na visão de Paula Mello, coordenadora do Sistema de Bibliotecas e Informação (SiBI), a reestruturação resgata o usuário afastado, além de incentivar o trabalho dos profissionais, criando condições para o desenvolvimento real do Ensino, da Pesquisa e da Extensão. “O profissional trabalha mais motivado e o usuário fica satisfeito”, afirma.
Projetos de reestruturação como o realizado na biblioteca Pedro Calmon já fazem parte da rotina das unidades da UFRJ. Isso acontece porque o SiBI, desde 2003, prevê o investimento na infra-estrutura das bibliotecas e nas pessoas que nelas trabalham. Segundo a coordenadora do SiBI, há um incentivo aos projetos de integração e fusão de bibliotecas de áreas afins sem haver perdas. “É preciso tornar as bibliotecas espaços mais inteligentes e mais eficientes em atender a comunidade acadêmica”, explica.
Hoje, 17 bibliotecas já tiveram alguma intervenção benéfica; algumas obras foram concluídas, outras estão em fase de construção ou de projeto. São elas: Museu Nacional, Faculdade Nacional de Direito, Colégio de Aplicação, Pedro Calmon, Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, Centro de Tecnologia (Obras Raras), Escola de Química, Instituto de Química, integração entre as bibliotecas da Escola de Belas Artes, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano, integração entre as bibliotecas do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Instituto de Doenças do Tórax e Instituto do Coração, Observatório do Valongo, Instituto de Macromoléculas, Escola de Comunicação, Central de Memória Acadêmica e Instituto de Filosofia e Ciências Sociais.
Histórico
A biblioteca Pedro Calmon acolheu, entre 1995 e 2000, o banco de teses e dissertações da UFRJ. Esse acervo cresceu em grandes proporções e, em 2000, já computava 20 mil volumes. Neste momento, o professor Afonso Carlos, coordenador do FCC à época, proibiu que ela continuasse abrigando este tipo de material, pois estava virando um depósito. Em 2004, com o falecimento do professor, a biblioteca recebeu 200 caixas de livros de seu acervo particular. Em março de 2007, as teses e dissertações foram encaixotadas e transferidas para uma sala da reitoria, onde aguardam a construção do Centro de Memória da UFRJ.
Lançamento
Durante a cerimônia de reabertura, às 17 horas, no Palácio Universitário, será apresentada a coleção das obras que pertenceram a Afonso Carlos Marques dos Santos e o lançamento de seu livro A invenção do Brasil: ensaios de História e Cultura. O original deste livro veio com o acervo do professor e foi editado pela Editora da UFRJ.
Integração
O SiBI está organizando o lançamento de uma ferramenta de busca de livros e periódicos, integrando a base de dados da UFRJ, UniRio, PUC-Rio, CAPES e LNCC. A coordenação do SiBI está planejando também como será a infra-estrutura das bibliotecas que atenderão os cursos do campus de Macaé. Além disso, em função de uma demanda da CAPES – um dos critérios de avaliação para os cursos de pós-graduação é a visibilidade de suas produções científicas –, o SiBI organizou e implantou o portal de periódicos da UFRJ. Com isso, todos os cursos de pós-graduação têm sua produção cadastrada. “Essa é uma maneira de sistematizar a produção e conhecer a universidade”, explica a coordenadora.