Edição 186 04 de dezembro de 2007
Para tornar conhecida a produção artística de seus discentes, a Escola de Belas Artes (EBA) e a Decania do Centro de Letras e Artes (CLA) promovem a Coletiva Bienal EBA – UFRJ 2007, entre os dias 14 de dezembro e 31 de janeiro de 2008, no Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho, o conhecido Castelinho do Flamengo.
De acordo com a professora da EBA e coordenadora da bienal, Isis Braga, esta é também uma oportunidade de desfazer o mito de que a escola é conservadora e mostrar que, na verdade, é eclética, pós-moderna e tem uma produção contemporânea de altíssima qualidade. “A EBA tem uma multiplicidade de cursos, idéias e pensamentos. É importante mostrar o que a escola tem produzido nos últimos anos”, enfatiza.
Na mostra, estarão representados todos os cursos de Graduação com a exposição de trabalhos de Pintura, Escultura, Gravura, Vídeos Experimentais, Fotografia, Desenho Industrial, Artes Cênicas, Composição de Interiores, Paisagismo e Licenciatura em Educação Artística, além da Pós-Graduação.
Para tanto, foram criadas diferentes curadorias destinadas à seleção dos projetos de cada uma das áreas integrantes da mostra. Na de Escultura, por exemplo, os curadores Nivaldo Carneiro, Ronald Duarte e Cláudio Cambra, professores da EBA, selecionaram quatro trabalhos de baixos relevos, que ficarão expostos nas paredes, e cinco esculturas pequenas com linguagem contemporânea de viés. Os critérios de seleção foram a qualidade dos trabalhos, a produção dos estudantes que tentam criar uma nova linguagem e a adequação ao espaço físico reduzido.
Os curadores são unânimes ao afirmarem a necessidade das obras de arte dialogarem com o espaço escolhido para a exposição, uma vez que as instalações são do início do século em estilo rebuscado e com decoração exuberante. “Será um grande desafio preencher aquele espaço sem que os trabalhos conflitem com a decoração”, explica Cambra.
Pedro Decot, aluno de escultura da EBA, foi selecionado e vai expor o trabalho intitulado “América”, um baixo relevo em fibra de vidro. Decot reproduziu três vezes a figura clássica de Che Guevara, sugerindo uma produção em massa. Segundo o estudante, o conceito artístico utilizado no projeto foi inspirado em Andy Warhol, do movimento Pop Art. “O meu trabalho é um trabalho em massa, porém único, pois cada uma das três peças é singular. Uma não é igual à outra”, explica. Além disso, o artista afirma ter escolhido a figura de Che por ser um símbolo que une culturalmente a América Latina.
Já Andréa Cebukin, discente de Desenho Industrial, com habilitação em Programação Visual, em seu projeto de pesquisa, trabalha com processos alternativos de fotografia, misturando antigas tecnologias com novas. Recentemente, a estudante começou a pesquisar como fazer papel fotográfico a partir de extratos vegetais. “Arte contemporânea é isso, fazer arte através de novas linguagens”, explica, referindo às suas pesquisas na iniciação científica.
Ainda na opinião da estudante, expor um trabalho na bienal é importante porque desta maneira o aluno pode tornar conhecido o que está produzindo para o público externo e também para os estudantes da EBA, que muitas vezes não conhecem a produção dos colegas.
Na inauguração da bienal, às 18 horas, acontecerá o lançamento dos livros Uma breve história dos Salões de Artes, de Angela Âncora da Luz; Canudos, de Adir Botelho, e Gravura – a bela arte, de Diego Guadelupe; da revista Arte & Ensaios, da Pós-Graduação da EBA, com data a ser definida. Além disso, haverá a palestra da escultora Iole de Freitas.