Edição 176 18 de setembro de 2007
A construção do Restaurante Central, uma das principais reivindicações do movimento estudantil, parece estar cada vez mais próxima da realidade. Isso porque, na última quinta-feira (dia 13), o Conselho Universitário (Consuni) informou a aprovação de um convênio entre a UFRJ e o Banco do Brasil e o aporte de R$ 8 milhões para a complementação das obras do Bandejão.
A administração central da UFRJ optou por adotar uma estratégia de implantação modular do Restaurante Universitário. A primeira etapa, prevista para ser concluída em maio de 2008, contempla a construção do Refeitório Central, onde serão servidas, no horário de almoço em dias úteis, cerca de duas mil refeições.
Durante essa primeira fase, a Cozinha do Hospital Universitário, que, além de ter adquirido novos equipamentos e mobiliário, irá passar por modificações para melhor atender às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), será a responsável pela produção das refeições consumidas no Bandejão.
A segunda etapa do projeto consiste na estruturação de uma cozinha própria e das instalações acadêmicas do Restaurante Universitário. Segundo os cálculos da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3), já em dezembro de 2008, o Restaurante Central terá capacidade para produzir e distribuir quatro mil almoços diariamente, totalizando mais de 1 milhão de refeições anuais.
Localização e preço
O prédio do Bandejão está sendo construído ao lado da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD), em frente ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Cada refeição tem o valor estimado de R$ 8,00, mas parte dessa quantia será subsidiada. Deste modo, o preço cobrado por almoço será de R$ 2,00 para os estudantes e de R$ 6,00 para funcionários técnicos-administrativos e docentes.
Apesar de defenderem o acesso gratuito ao Restaurante Universitário, os estudantes não repudiam a cobrança pelas refeições. Consideram, entretanto, elevado o preço estipulado pela UFRJ: “Dois reais é um valor alto. Na UFF, por exemplo, cada refeição sai a R$ 0,70 para o aluno. O preço ideal deveria girar em torno de R$1”, destacou Rafael Nunes, discente do 8º período da Faculdade de Letras e ex-integrante do Diretório Central de Estudantes Mário Prata (DCE/UFRJ).
O diferencial do restaurante da UFRJ
Diferente dos bandejões das demais universidades, o refeitório da UFRJ não visará apenas ao fortalecimento das políticas de assistência estudantil. Ele concentrará ainda atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão. Além da cozinha central e do refeitório, o Bandejão será munido de um laboratório dietético, de uma cozinha experimental e de salas de aula.
Nádia de Carvalho, nutricionista integrante do Grupo de Trabalho de Implantação do Sistema de Alimentação da UFRJ, explica que essas instalações poderão ser utilizadas não só por graduandos do curso de Nutrição, mas também por pesquisadores e estudantes de outras áreas de conhecimento envolvidas na análise da relação entre o homem e o alimento.
O Restaurante Universitário, em consonância com a preocupação ambiental cada vez mais corrente na atualidade, dispõe de ações de coleta seletiva e de captação da água das chuvas. Projetos de responsabilidade social complementam as atividades do Bandejão. De acordo com Nádia, existe a idéia de um curso de Extensão voltado para a qualificação da mão-de-obra das populações do entorno da Ilha do Fundão nas várias profissões referentes à cozinha.
“Queremos contribuir para que essas pessoas busquem alternativas de inserção social. O nosso bandejão vai além da produção de refeições; ele implica produção de conhecimento. E poderá, portanto, servir de exemplo para outras universidades”, conclui Nádia Carvalho.