Edição 205 27 de maio de 2008
Apesar de pouco conhecido pela maioria da comunidade universitária, a UFRJ possui um Laboratório de Diagnóstico em Opinião, criado em 2005. A idéia de um núcleo que trabalhasse com a opinião partiu do professor Milton Flores, superintendente de Administração e Finanças (SG-6). Com ele, outros professores começaram a discutir a possibilidade de haver uma área como essa na UFRJ, até então, uma das poucas universidades que ainda não possuíam algo do gênero.
Para ter certeza de que conseguiria, realmente, montar um laboratório como esse, o grupo decidiu fazer uma pesquisa experimental. Daí surgiu o estudo Bandejão: direito ou necessidade, realizado somente com os alunos de Graduação dos campi do Fundão e da Praia Vermelha, que acabou resultando em uma publicação impressa distribuída a toda a universidade.
Impulsionados pelo interesse do reitor Aloísio Teixeira em fazer uma nova pesquisa, agora englobando toda a comunidade da UFRJ, novas questões foram levantadas e chegou-se à conclusão e ao tema Informação: de onde vem?. Concluído em setembro de 2006, esse trabalho abordou como as pessoas se informam e quais os seus interesses na universidade, do ponto de vista de alunos tanto da Graduação quanto da Pós, além dos servidores técnico-administrativos e funcionários. A partir disso, o laboratório começou a ser solicitado por unidades como a Escola de Música e o Centro de Tecnologia, por exemplo.
Alocado, desde a sua criação, no prédio do Programa Avançado de Ciência e Cultura (PACC), no campus da Praia Vermelha, apenas recentemente o Laboratório de Diagnóstico em Opinião foi institucionalizado, aprovado pelo Conselho de Coordenação do Fórum e pertencendo, atualmente, ao Fórum de Ciência e Cultura (FCC). O fato de não ter integrado nenhuma área oficialmente até pouco tempo é, inclusive, uma das razões para não haver grandes esforços de divulgação desse trabalho.
Como funciona?
A rotatividade de estudantes que participam do laboratório é muito grande. As atividades são feitas, em grande parte, por estagiários de diversas unidades da UFRJ. Eles são requeridos a cada nova pesquisa e, caso executem bem suas tarefas, podem continuar em um próximo estudo.
A professora Virgínia Afflalo, do Instituto de Matemática, é uma das coordenadoras do projeto e explica como são realizadas as pesquisas na prática.
― Montamos um questionário de acordo com o pedido. Há um determinado alvo da pesquisa e, em torno deste, formulamos questões. Os alunos vão a campo, colhem amostras e é feito um cálculo de proporcionalidade. Além disso, há a codificação das perguntas cujas respostas são abertas.
Importância
Virginia afirma que, ao trabalhar e diagnosticar a opinião das pessoas, o laboratório auxilia o desenvolvimento da própria instituição.
― Os resultados que nós obtemos direcionam os gestores e as coordenações da universidade, para que as iniciativas sejam tomadas objetivamente. Não queremos que ninguém fique “tateando no escuro”. Com o diagnóstico solicitado, entregamos um resultado que orienta a universidade no que ela quiser construir – salienta.