Edição 154 12 de abril de 2007
Em seu primeiro ano, um pré-vestibular comunitário de Nova Iguaçu conseguiu aprovar 50 dos 450 alunos para universidades públicas, todos sem cotas. Outros dez passaram em concursos de instituições particulares. De acordo com estudantes, a fórmula de sucesso é a parceria entre alunos da UFRJ que davam aulas e a estrutura das escolas municipais onde funcionava o curso.
Para Jaílson de Souza, um dos fundadores do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), responsável por um dos pré-vestibulares mais antigos do Rio, o número dos aprovados foi significativo para o primeiro ano do curso:
— Não se valoriza apenas a aprovação, mas o fato também de o pré-vestibular permitir inserção em outros concursos. Certamente ano que vem o resultado será ainda mais expressivo — acredita.
A disputada inscrição para o curso já foi uma prévia do vestibular. Mais de dois mil candidatos tiveram que passar por uma prova nos moldes do Enem para garantir vaga no pré-vestibular.
Vencido o desafio, começa a maratona de aulas: todos os dias, das 18h30m às 22h30m; aos sábados de 8h a 12h; além de aulas extras e simulados à tarde. Os alunos ocupavam salas de três escolas municipais. Devido à procura, foram abertas mais 150 vagas esse ano.
— No curso, consegui compensar as dificuldades que tive no colégio como falta de matérias e também fui obrigado a me dedicar às disciplinas das quais não gostava muito — afirma Guilherme Katsume, de 17 anos, aprovado em Engenharia Elétrica na UERJ.
Aulas de Campo
Para os professores, que são alunos da faculdade, o curso representou a oportunidade para entrar em contato com o mercado de trabalho.
— O projeto é interessante também para nós, alunos da universidade, porque além de recebermos uma bolsa de R$300, começamos a exercitar a atividade profissional orientados pelo supervisor de cada disciplina — contou Roberto Sousa, aluno do 8º período de Geografia.