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Edição 209      24 de junho de 2008


No Foco

190 anos de ciência, educação e cultura

Vanessa Sol

foto no foco

Os freqüentadores do Parque da Quinta da Boa Vista terão um motivo a mais para visitar o local no próximo final de semana, dias 27, 28 e 29 de junho. O motivo é o aniversário de 190 anos do Museu Nacional. Para comemorar a data, a instituição organizou uma diversificada programação cultural gratuita, das 10 às 16 horas.

Uma tenda com 700m2 já foi montada no parque para a realização de, aproximadamente, 30 oficinas e mostras. Serão realizadas também visitas guiadas, apresentações musicais e uma série de atividades interativas como "Um passeio pelo Paço: a Corte no Museu Nacional", que apresenta atores caracterizados de figuras históricas da Família Real portuguesa, escravos, damas de companhia, assessores e comerciantes da época.

Dentro do palácio, os visitantes poderão conferir uma réplica de dois metros do dinossauro carnívoro de 80 milhões de anos, Pycnonemosaurus Nevesi, e a exposição temporária de arqueologia: "Entre dois mundos: franceses de Paratitou e tupinambá de Rouen".

Para o diretor do Museu, Sergio Kugland de Azevedo, a relevância das atividades está no objetivo a que se propõem: “mostrar o que não está acessível ao público, ou seja, atividades não compatíveis com visitação como, por exemplo, as desenvolvidas dentro dos laboratórios de pesquisa, a elaboração das réplicas de dinossauros e as escavações”, afirma.

Na opinião de Azevedo, é importante disponibilizar o patrimônio científico e cultural do Museu à população através das exposições e dos eventos que realizados. “As pesquisas assumem um valor ainda maior quando são mostradas para quem paga a conta: a população. Então, tudo isso somado revela uma importância que é cultural, mas também social. Não adianta ter toda essa bagagem reunida, se você não puder mostrá-la”, destaca.

A localização do Museu no Parque da Quinta da Boa Vista, um local popular e uma opção barata de lazer, de acordo com o diretor, é um fator social importante por proporcionar à população mais carente de recursos financeiros um acervo cultural e científico amplo e diversificado. “O que o visitante da Quinta da Boa Vista vai ver aqui no Museu, só veria em grandes museus europeus. Ou então, nem nesses, porque a coleção egípcia do Museu Nacional é uma das melhores e maiores fora do Egito. A nossa coleção de múmias é maior que a do Louvre, por exemplo. E tudo isso está acessível ao público que vem aos domingos fazer seu lazer aqui na Quinta da Boa Vista”, destaca.

Presente e passado

Além de ser depositário de enormes coleções, abrigando cerca de 20 milhões de peças, o museu tem, atualmente, suas atuações centradas nas três atividades básicas: educação, ciência e cultura. No âmbito da educação, o museu está hoje vinculado à UFRJ e desenvolve cursos formais de pós-graduação em botânica, geologia, paleontologia, zoologia, arqueologia, lingüística e antropologia social.

Na área de pesquisa científica, o museu desenvolve estudos de abrangência nacional, além de pesquisas em diferentes países como China, Irã, Egito, Antártica e ilhas oceânicas. De acordo com o diretor, isso se torna um ponto importante, pois acaba se refletindo nas coleções do museu. “As coleções do Museu não são somente as históricas ou trazidas pela corte portuguesa como algumas pessoas pensam. A família real portuguesa até trouxe uma importante coleção que está guardada aqui até hoje. Mas o grande aumento de peças do museu aconteceu com a Comissão Rondon, no século passado, e continuam aumentando por conta das pesquisas que são realizadas até hoje”, finaliza.

O Museu

Fundado em 1818, por D. João VI, o Museu Nacional está sediado no Paço Imperial de São Cristóvão, antiga residência da família real portuguesa e imperial brasileira. Foi a primeira instituição científica do país e, atualmente, é detentora do maior acervo de História Natural e de Antropologia da América Latina. No seu decreto de criação consta que uma nação para crescer e se desenvolver precisa levar em consideração aspectos como educação, ciência e cultura. Para desenvolver estas três atividades, essenciais a qualquer nação, o Museu foi criado. Atualmente, ele passa por obras na fachada, recuperando as marcas de sua arquitetura e revelando a cor original, o amarelo ocre, da época do Brasil colônia.


 

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