Edição 337 10 de maio de 2011
Ilustração: João Rezende |
No último dia 25, os cariocas, mais uma vez, foram vítimas de alagamentos na região da Grande Tijuca, Praça da Bandeira e Centro do Rio, devido às fortes chuvas aliadas à falta de infraestrutura da cidade. O professor Jorge Xavier da Silva, do Instituto de Geociências do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN-UFRJ), esclarece que a solução para as enchentes nessas regiões deve partir de uma articulação de diferentes mecanismos, a fim de evitar que uma solução pontual tenha como consequência um novo problema.
Segundo o professor, é necessário que haja “Geoinclusão”, conceito que defende o estudo geográfico da região para que, a partir daí, se pense em soluções eficazes. “Toda iniciativa que se refere a problemas ambientais precisa de um estudo aprofundado. Caso contrário, soluções podem se transformar em novas dificuldades”, explica.
O docente esclarece que as áreas que ficaram alagadas em abril refletem essa problemática, pois, no passado, eram regiões de convergência de rios e canais. A solução de aterrá-las resolveu a rápida expansão da urbanização na capital fluminense, porém as construções dificultam o escoamento das águas em dias de chuvas fortes. “É fácil criticar um evento como esse, mas o problema não é simples. A academia serve para trazer no conceito, luz para os problemas”.
Construção de “piscinões”, sistema de bombas que desviem o curso dos rios, drenagem, limpeza e aprofundamento dos canais, dentre outras ações, são alguns dos projetos já pensados para prevenir as inundações desses bairros. O professor acredita, no entanto, que a articulação não pode ser a simples soma de todos os mecanismos. É necessário que haja compreensão dos locais certos de implantação dessas propostas para torná-las mais eficazes.
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