Edição 318 4 de novembro de 2010
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Nos dias 27, 28 e 29 de outubro, o Centro de Tecnologia da UFRJ foi palco da décima quarta edição do “Profundão”, o encontro anual de Engenharia de Produção da Universidade.
Participaram da abertura do evento o Decano do CT, professor Walter Suemitsu Issamu, e os professores de Engenharia de Produção, Carlos Alberto Cosenza e José Antônio Valle Antunes Júnior.
“Engenharia de produção não é uma disciplina fácil. Normalmente as engenharias contam com laboratórios na universidade, mas a pergunta é: Qual o laboratório da engenharia de produção?” Foi com esta indagação que o professor José Antônio começou discurso sobre o curso nos dias de hoje. Segundo o docente, os “laboratórios” estudados pela disciplina são as próprias organizações, e por isto, é necessário entender quatro dimensões básicas: a história, a cultura, o poder e o aspecto técnico-econômico.
Para José Antônio Valle, não podemos fazer experiências controladas de maneira trivial, ou seja, o engenheiro de produção está sempre perante estas quatro variáveis e não pode desconsiderá-las para tomar uma decisão.
O professor destacou ainda o importante papel da universidade na formação dos engenheiros: “Existe uma enorme pressão entre a realidade prática e a teoria. É essa tensão que é o centro fundamental de qualquer universidade que queira contribuir para a sociedade”, afirma. Valle citou os exemplos de taylorismo, fordismo e toyotismo, que tiveram significativas contribuições por parte da academia através de modelos fundamentalmente importantes para se tomar decisões. “Quando você tem que tomar uma decisão na engenharia de produção, esta decisão é importante tanto para as organizações privadas quanto para o Estado brasileiro”, diz.
Para ele, “nós não temos engenheiros suficientes neste país, temos qualidade mas não temos quantidade. Antigamente, os melhores quadros faziam concursos públicos, pois fora deles, não havia empregos. Hoje as coisas são diferentes, o Brasil alavancou, temos um potencial de crescimento enorme, e uma demanda muito grande por engenheiros de produção, é uma área muito boa de se trabalhar.”
Hoje em dia, no Brasil, muito se discute o Pré-sal, uma ideologia muito importante na estrutura geral, e o engenheiro de produção precisa se inserir de forma plena neste debate: “O petróleo comanda o mundo, usado em gás de cozinha, andamos de gasolina de carro, óleo diesel de ônibus ou gasolina verde de avião. Quando andamos na rua, percebemos a presença do asfalto como vindo do petróleo, no uso de adubos, com a monureia, por exemplo .Enfim, o jogo do poder é o jogo do petróleo.”, afirma. Valle termina sua apresentação lançando mais uma pergunta no ar: “Precisamos pensar na inovação, na questão energética, nas relações internacionais, precisamos olhar pro futuro. Por quanto tempo podemos sustentar a situação do petróleo?”