Nesta terça-feira, 5 de junho, cerca de 600 funcionários da UFRJ se reuniram no auditório do Quinhentão, no Centro de Ciências da Saúde (CCS), para discutir os rumos do movimento de greve que paralisa as atividades técnico-administrativas da universidade há seis dias.
No dia 30 de maio, os servidores da UFRJ decidiram aderir à greve nacional, que, organizada pela Fasubra (Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras), já conta com a participação de 36 Instituições de Ensino Superior. O principal ponto da mobilização é lutar contra as recentes medidas governamentais para o funcionalismo público.
A pauta geral de reivindicações inclui críticas ao Projeto de Lei Complementar (PLP 01), que visa a contenção do crescimento de gasto com pessoal pelo prazo de 10 anos, o que, na prática, pode se traduzir no congelamento dos vencimentos dos servidores; à proposta de regulamentação do direito de greve dos funcionários públicos; e à iniciativa governamental de transformar os hospitais universitários em fundações estatais.
No âmbito da UFRJ, os técnicos-administrativos exigem o aprimoramento da carreira, além da extensão do auxílio-saúde para os servidores das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). O Olhar Virtual conversou com Albana Azevedo, funcionária da Escola de Comunicação (ECO) e integrante do Comando de Greve dos servidores da universidade. Confira a opinião da funcionária sobre o movimento: “A greve é o último instrumento que uma categoria lança mão para conseguir os seus direitos. Nós tentamos um diálogo com o governo, mas não obtivemos sucesso. O governo fechou todas as mesas de negociação e diz que só vai reabrir depois da votação do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento). A intenção não é prejudicar a sociedade, que já é tão sofrida. Queremos trazer a população para a universidade pública, que é um patrimônio cada vez mais desmontado e sucateado", destaca.
Para Albana a greve, antes de qualquer outra coisa, é em defesa da universidade pública e não fica reduzida à questão salarial. "Estamos assistindo, ao longo dos últimos anos, inclusive no atual governo, o desmonte da estrutura do Ensino Superior Público no Brasil. Quando o governo ataca a remuneração dos funcionários, ele ataca a própria universidade pública, enquanto direito da população", afirma.
Outro eixo da greve é a questão do PLP 01, que congela, até 2016, os salários dos técnicos-administrativos, que, hoje já têm o pior piso do serviço público. "Exigimos - destaca a dirigente do comando de greve - um piso de, no mínimo, três salários mínimos. Isso daria uma melhoria salarial para a categoria. Com a implantação da carreira, os funcionários com Ensino Superior e parte dos demais ficaram com uma parcela do seu salário congelado na forma do Vencimento Básico Complementar (VBC). Nossa principal luta é unificar os vencimentos da categoria dos técnicos-administrativos, que, com a carreira, ficou dividida", finaliza.