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Copa Campus – o maior campeonato de futebol da UFRJ

Julia Vieira

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A Copa Campus da UFRJ é um torneio de futebol society intercursos, organizado por um grupo de graduandos da Escola de Comunicação (ECO/UFRJ), todos apaixonados pelo esporte e imbuídos do espírito de que a prática esportiva é capaz de integrar os alunos da universidade. Os alunos de Comunicação envolvidos no projeto têm grande interesse no campo de Jornalismo Esportivo e realizam toda a cobertura jornalística do campeonato, com crônicas, fotos e vídeos no site oficial da competição.

A 9° edição da Copa Campus teve início no dia 27 de abril e envolve, dentre os 32 times participantes, todas as unidades da UFRJ. Equipes da Praia Vermelha, do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais), da Faculdade Nacional de Direito e muitos times da Cidade Universitária, alcançando cursos do CT (Centro de Tecnologia), do CCMN (Centro de Ciências da Matemática e da Natureza), do CCS (Centro de Ciências da Saúde) e do CLA (Centro de Letras e Artes).

Os jogos são realizados no Colégio Batista Shepard, na Tijuca, com arbitragem profissional. Na primeira fase, eles acontecem entre as 11 e as 16 horas. Após a primeira fase, apenas 16 times seguem na disputa e é feito um novo cruzamento de grupos. Os oito “sobreviventes” decidem no mata-mata quem fica na briga pela taça de campeão. São ao todo nove domingos de pura emoção, num total de 81 partidas.

O pontapé inicial

A idéia do projeto surgiu em 2003, dirigido por Diego do Carmo e Rafael Barros, ambos alunos da ECO, e, após um ano de muitas conversas, reuniões e amadurecimento do projeto, foi realizada a primeira Copa Campus, até então chamada “Campeonato de Futebol Intercursos da UFRJ”, com apenas 12 times, no primeiro semestre de 2004, no campo da Praia Vermelha. Esta primeira edição foi realizada de forma bastante precária.

“O campo era de terra batida, os jogos eram definidos de acordo com os dias que os times poderiam chegar. Era um grupo para os dias da semana, outro para os fins de semana. Este primeiro contato serviu para que pudéssemos ver o interesse dos alunos da UFRJ por um campeonato de futebol voltado para eles”, comenta o idealizador da Copa Campus.

O campeonato ganhou mais adeptos para a Organização dentro da Escola de Comunicação e tomou maiores proporções estruturais, se aprimorando. Os jogos, não mais feitos no campinho da Praia Vermelha, saíram do aterro do Flamengo e foram ser disputados no Colégio Batista Shepard, na Tijuca, onde havia a possibilidade de se realizar três jogos simultâneos.

Após cinco anos, a equipe Copa Campus apresenta um corpo muito maior de organizadores trabalhando para uma estrutura mais complexa, na qual a disputa do torneio já é iniciada no período de inscrições, uma vez que as 32 vagas hoje oferecidas não são suficientes para todos os times interessados. O campeonato acontece uma vez a cada semestre e a disputa pela taça de campeão fica cada vez mais acirrada. No hall de campeões da Copa Campus já estão presentes times de Economia (BCM), Administração (Onze Homens e um Segredo), Comunicação Social (Severinos para Sempre), Ciências da Computação (Goleados e Demitidos), Engenharia Civil (Concreto Protendido) e Direito (Nacional). Times de todos os campi da UFRJ agora brigam para conseguir um lugar entre os campeões, um espaço na história do campeonato.

- O projeto é sensacional. É sempre agradável poder encontrar com amigos meus que estudam no Fundão ou na Praia Vermelha aos domingos, e acima de tudo, praticar o esporte, de forma saudável, mantendo a forma física - elogia o estudante de Direito Eduardo Bolsonaro, representante do Nacional, atual campeão da Copa.

Como colocar um projeto em campo?

Grandes idéias não surgem do nada; é preciso inspiração. Tirar grandes idéias do papel não é nada fácil, é preciso ter muita coragem e disposição. O processo de organizar um campeonato de futebol, ao contrário do que muitos pensam, não é nada simples. A primeira etapa é correr atrás de patrocínios, que para projetos universitários não são tão simples assim. Aí vem a confecção e colagem de cartazes e todo o trabalho braçal de pesquisar preços, comprar materiais, administrar inscrições, recolher e conferir documentações, arrecadar os pagamentos, confeccionar súmulas... Ufa! É um trabalho imenso. “Para as Copas do 1° semestre, que começam no final de abril, as reuniões e os preparativos já se iniciam em janeiro. As Copas do segundo semestre são sempre mais corridas, pois o nosso tempo fica muito reduzido. Terminamos um campeonato em meados de julho para começar outro em Setembro. Este período, que chamamos de pré-copa, é, sem dúvidas, o mais cansativo”, afirma Priscilla Bastos, membro da organização da Copa Campus.

Campeonatos universitários

O Brasil é mestre em fazer cópias de modelos e padrões de vida americanos, mas um dos poucos bons exemplos do Tio Sam nós não seguimos: o modelo esportivo universitário. Nos Estados Unidos, as universidades são grandes fontes de talentos esportivos, especialmente em esportes como o basquete e o futebol americano, ambos com uma forte liga universitária que serve de base para as equipes olímpicas.

Para os que acreditam que nosso país não deve se alinhar aos americanos, outro bom exemplo de valorização do esporte é Cuba, que investe pesado no treinamento de atletas, especialmente, estudantes universitários.

Os organizadores da Copa Campus acreditam neste modelo e por isso têm grande orgulho em destacar uma outra importante função do campeonato. “Além de ser uma excelente ferramenta de integração, a Copa cria possibilidades de lançamento de jogadores profissionais, como Matheus Weber, que atuava pelo Parças, time da Engenharia de Produção e, recentemente, estava estudando e jogando futebol nos EUA”, ressalta Diego.

Copa Campus feminina

O futebol é, há muitas décadas, a grande paixão nacional, mas as mulheres continuaram afastadas deste universo. Nas arquibancadas, nos quadros de arbitragem e dentro dos campos existia um grande preconceito com as “damas” que ousavam se arriscar em tal aventura. Os tempos são outros e segue forte a tendência de mudança de mentalidades e atitudes.

Os Jogos pan-americanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro, deram um grande salto no prestígio para o futebol feminino. Enquanto os meninos iam de mal a pior na competição, a torcida lotava o Maracanã para ver as meninas da Seleção Brasileira jogando. Era o indício de uma drástica mudança: as mulheres vieram para ficar. Veio ainda o Campeonato Mundial, que com o brilho de Marta e Cristiane, reafirmou o encanto e deu forças para o futebol feminino.
De olho nessas mudanças, a equipe que organiza a Copa Campus criou a Copa Campus Feminina, campeonato diferenciado por ser um dos pioneiros na modalidade entre as universidades do Brasil. Assim como sua versão masculina, a competição visa integrar alunas de diversos cursos da universidade usando o futebol como ferramenta de união.

Marcos Gaspar, professor da UFRJ, integrante do projeto Clube Escolar da Escola de Educação Física (EEFD) e Técnico da Seleção Brasileira feminina de futebol sub-17 acredita que esta iniciativa é muito importante pois esse tipo de projeto é uma excelente maneira de diminuir os preconceitos e a discriminação existentes. “A sociedade precisa entender que mulher também joga bola e dar acesso às universitárias a este mundo é muito importante, pois quanto maior for o número de meninas que pratica a modalidade, maior visibilidade ela terá no cenário esportivo”, salienta o professor.

A primeira edição da Copa Campus Feminina, realizada no segundo semestre de 2007 foi um grande sucesso e teve como grande campeã a equipe da Escola de Educação Física. A segunda Copa Campus Feminina já está em processo de elaboração e abrirá inscrições em breve.

Futuros jornalistas em ação

Além dos bons campos, da estruturação do campeonato e da arbitragem profissional, um grande diferencial que a Copa Campus oferece a seus jogadores é a cobertura jornalística especializada.

A cobertura consiste em crônicas de todos os jogos, fotos e vídeos. Esse material é coletado e confeccionado pela organização da Copa e, principalmente, pelos calouros da Escola de Comunicação que se interessam pelo projeto e formam o corpo de cronistas. Esses alunos ingressantes, recebem logo em seu primeiro mês na universidade a chance de experimentar coisas novas, de aprimorar seus textos e ingressar em um projeto de extensão que o ajuda a ter prática de texto, de audiovisual e de produção cultural.

“Decidi fazer jornalismo devido ao meu amor por esportes. Encontrei na Copa Campus um meio de praticar a área de jornalismo que mais me agrada, mas que, infelizmente, não recebe muita atenção dentro da ECO”, comenta Gabriel Medeiros do primeiro período.

Outro destaque no site do campeonato é a Seleção da Rodada, que é eleita pela organização e pelo corpo de cronistas. Ao final do campeonato, os jogadores que mais se destacaram formam a Seleção do Campeonato, que é premiada com placas e troféus na cerimônia de abertura da edição seguinte.

Homenagens

Cada edição da Copa Campus nomeia seus grupos em homenagem a nomes importantes para o esporte. Já foram homenageados atletas dos Jogos Pan-americanos e craques do campeonato carioca. A cerimônia de abertura da 9ª Copa Campus homenageou os grandes narradores esportivos, que narraram gols dos times cabeça-de-chave. Para conferir as homenagens e toda a cobertura do evento, acesse www.copacampus.com.br.