A Escola Politécnica (Poli/UFRJ) mantém a tradição de estabelecer convênios com empresas nacionais e estrangeiras para ampliar a formação dos alunos. Este ano, a Hübner, empresa de origem alemã especialista em articulações industriais, firmou parceria com a Poli que irá beneficiar alunos carentes pelos próximos anos.
Sulivan Vinícius Tomaz Pereira, 2º período do curso de Engenharia Mecânica, foi o primeiro aluno adotado pela Hübner, interessada em investir em causas sociais. “Temos evasão nos cursos por causa de carência financeira. A ideia de travarmos uma parceria desse tipo é antiga, mas só havia interesse em oferecer bolsas para não fazer estágio ou para estudar no exterior. Essa foi a primeira empresa a ofertar a bolsa social”, afirmou o professor Ericksson Rocha e Almendra, diretor da Escola Politécnica.
A escolha foi baseada na carência dos estudantes. A Divisão de Assistência ao Estudante (DAE) forneceu ao professor Ericksson os nomes de cinco engenheiros com dificuldades financeiras, de acordo com lista criada para todos os estudantes da universidade. Os alunos foram entrevistados e Sulivan Pereira estava entre os mais carentes, motivo que o levou a ganhar a bolsa.
Segundo informou o diretor da Poli, o convênio, apesar de voltado a alunos de Engenharia, beneficiará toda a universidade. “Esses alunos que vão ganhar as bolsas neste e nos próximos anos terão seus nomes retirados da lista e outros poderão ocupar seus lugares e ser agraciados com outras bolsas. Todos sairão ganhando”, disse.
A cada ano um estudante será escolhido, até que sejam beneficiados cinco, período mínimo necessário à formação. Em troca, o aluno deverá manter bom rendimento acadêmico, fazer estágio na sede da empresa no período de férias e devolver a bolsa após a conclusão do curso.
Outros Convênios
A Thyssen Krupp Steel (TKS), também de origem alemã, também assinará em breve convênio com a Escola Politécnica. A empresa controla a Companhia Siderúrgica do Atlântico, em Itaguaí, que entrará em operação no início de 2010 e tornará o Estado do Rio de Janeiro o maior produtor nacional de aço.
O convênio prevê bolsas para os melhores alunos classificados no Vestibular, critério até hoje nunca utilizado; bolsas de iniciação científica; bolsa de Mestrado; intercâmbio de professores entre a UFRJ e a Universidade Duisburg-Essen na Alemanha; estágio de férias e patrocínio de atividades estudantis.
O Ministério das Relações Exteriores da França forneceu, também este ano, a bolsa Eiffel-Egide a seis alunos da Escola Politécnica, entre eles, Rafaela Vasconcellos de Alencar Costa e Antônio Eduardo B. R. Mont’Alverne, com coeficientes de rendimento superiores a 9,5. A bolsa está entre as melhores do mundo e dá aos estudantes o status de convidado do governo francês.
Além desses, outros convênios foram firmados. Entre as empresas nacionais está a Petrobras, mas são as estrangeiras que ocupam mais espaço, como a Peugeot, Michelin, Technip, Alston e Hübner. “Lamento muito o fato de conseguir interagir mais com empresas estrangeiras do que com as nacionais, que além de serem um número reduzido são na maioria estatais. As demais são refratárias”, afirmou Ericksson Rocha e Almendra.