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Inteiramente  desenvolvido na UFRJ, através do Programa de Pós-Graduação em Informática  (PPGI), foi criado o Sistema de Informações para Gestão de Emergências. O  projeto é uma iniciativa do PPGI, em conjunto com o Departamento de Ciência da  Computação do Instituto de Matemática (IM/UFRJ) e com o Instituto Tércio  Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE/UFRJ), que procura  auxiliar operações de atendimento a emergências com informação e recursos  tecnológicos. Representando importante passo para o reconhecimento e o  investimento em pesquisas realizadas na universidade, o trabalho é coordenado  por Marcos Borges, professor do NCE e do IM, juntamente com os professores Adriana  Vivacqua (IM) e José Orlando Gomes (Escola Politécnica), auxiliado por André  Engelbrecht – aluno de mestrado do PPGI –, Julio Zynger e Lucas Arnaud – ambos  alunos de Iniciação Científica do curso de Ciência da Computação do IM – e apoiado  pelo Grupo de Pesquisa em Engenharia do Conhecimento (GRECO). 
Segundo  Marcos Borges, o interesse no projeto surgiu do contato que os pesquisadores do  GRECO têm com membros do Corpo de Bombeiros e dos estudos feitos pelo grupo na  fase de resposta em que o trabalho está inserido. “Estamos trabalhando no tema  da gestão de emergências há cerca de sete anos. Observamos que as técnicas de  apoio à colaboração, a análise cognitiva e a tecnologia poderiam melhorar muito  a gestão de informações e apoio à tomada de decisões”, afirmou o coordenador.  De acordo com ele, “o projeto visa estudar a gestão do conhecimento com o  auxílio de dispositivos móveis e artefatos de visualização e manipulação direta  da informação”, o que permite agir diretamente nas dificuldades detectadas pelos  estudiosos.
Em relação  ao planejamento, “o sistema foi pensado para ser utilizado por uma equipe de  comando local de operações de resposta a emergências, com a função de receber  informações das equipes de campo transmitidas por dispositivos móveis (celulares,  por exemplo) e combiná-las com o mapa da situação desenhado pelo comando local.  Outros dados como localização de vítimas, edificações, riscos, pessoal, entre  outras, são coletados pelo sistema e apresentados no mapa local, gerando quatro  mapas da situação, mostrados em uma mesa multitáctil que permite não só  visualizar, mas também manipular as informações. Cada um destes mapas auxilia o  comando a perceber a sua situação de operação e com isso tomar decisões com  mais segurança”, explicou Borges.
Previsto  para operar em centros de coordenação e comando locais, o sistema pode ser  utilizado tanto em quadros de emergência quanto de monitoramento. “O uso do  sistema pode ser estendido a todas as operações que requeiram o entendimento da  situação. Dentro da própria universidade ele poderá ser utilizado em diversas  atividades. O apoio à segurança no campus e a coordenação de eventos, como a  Jornada de Iniciação Científica, são dois exemplos”, afirmou o professor. Para ele,  a iniciativa “promove um senso de realidade às pesquisas, além de enriquecer a  formação e motivar os alunos a trabalharem com problemas da nossa realidade”.
Quanto ao  andamento das pesquisas e à adoção do sistema por empresas, Marcos Borges  ressaltou que “esse é um projeto de P&D (pesquisa e desenvolvimento), e não  um projeto industrial. Foi construído um protótipo que tem sido usado em  situações hipotéticas experimentais. Para ser utilizado em situações reais, o  projeto requer um tratamento industrial para transformar o protótipo em  produto, trabalho que deve ser feito por uma empresa. Outras versões do  protótipo poderão ser usadas em atividades de monitoramento, mas para situações  reais de emergência, que envolvem vidas humanas, o sistema requer um nível de  robustez que não tem. Uma possibilidade interessante, que está sendo avaliada,  é incluir a utilização do sistema em cursos de formação de oficiais bombeiros.  A ideia é oferecer uma visão prática dos artefatos tecnológicos que  os oficiais possuirão no futuro”.