De 16 a 23 de outubro, aconteceu em todo o Brasil a terceira edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com o objetivo de difundir os conhecimentos científicos para a população como um todo. Para alcançar um público maior, abandona-se o método formal de ensino, adotando-se a educação não-formal, que permite e pressupõe atividades mais lúdicas na construção do conhecimento.
O Olhar Virtual conversou com os professores João Augusto de Mello Gouveia Matos, do Instituto de Química (IQ), e Armando Alves de Oliveira, professor da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) e do Núcleo UFRJMar, ambos responsáveis por atividades durante a semana e discutiu como a educação não-formal influencia na ciência.
"O objetivo da educação não-formal é de sensibilizar o público para o exercício e para os conceitos da ciência. A pessoa não sai daqui sabendo. O objetivo não é formar a pessoa. É diferente da educação formal. Desperta o interesse das crianças e o professor depois tem que explicar na sala de aula.
Como você busca fazer isso de forma lúdica, com componentes de entretenimento, torna a ciência agradável e não vira um bicho de sete cabeças, com uma avaliação que torna complicado.
Eu não sei se a ciência não é simples. Eu acho simples. Para mim futebol é complicado. Há um mito aí. É tão complicado quanto qualquer coisa na vida. Na ciência, como no futebol, nós temos os craques, mas também os que jogam suas partidinhas de vez em quando, que dão para o gasto.
A simplificação dos conceitos facilita como etapa de construção de indivíduo. Historicamente a ciência surge como um conceito simples. Não era assim como é hoje. Na época, eram bastante razoáveis e foram se desenvolvendo. Um evento como este pode encorajar a simplificar como o início da ciência."
“Simplificar no sentido de levar o conhecimento, pois ele é para todos, inclusive o aprofundado. Não vai simplificar de dar mastigado, mas tornar a relação simples. É um aprendizado sem medo de aprender, sem aquele processo doloroso, de uma forma gostosa.
A idéia é que esse processo não seja baseado em eventos, seja permanente. O aprendizado deixa de ser linear e passa a ser em torno. Como não é linear, não importa a idade biológica.
Não aprende do jeito formal, mas em um processo mais amplo. Mesmo que não fique claro, quando voltar a estudar um assunto vai perceber que já viu.
Quando você valoriza o questionar da criança, desperta o interesse dela. Você também passa a contextualizar o conhecimento, ver a intervenção disso na prática. E ainda há o fato de a criança se sentir capaz.
No muro de escalada tem física, matemática e uma série de disciplinas. Na plataforma de salto não estou ensinando anatomia, mas trago a informação. Isso é a transdisciplinaridade. Ao invés de aprender uma coisa, tem conhecimento pleno.
O objetivo é incentivar o aprendizado pleno e valorizar o conhecer."