No Foco

Pró-Reitoria de Pessoal organiza seminário para discutir medidas de atuação

 

 

Júlia de Marins

 

Aconteceu , nos dias 4 e 5 de agosto, o seminário da Pró-Reitoria de Pessoal (PR4), no auditório G1 da Faculdade de Letras (FL/UFRJ). Ministrado por Roberto Gambine, o evento teve como objetivo apresentar e discutir programas a serem seguidos pela nova gestão da Pró-Reitoria ao longo do quadriênio de 2011-2015. Para os debates, estavam presentes professores e técnicos administrativos de diversas unidades da UFRJ e, como convidados para abrirem o seminário, estavam Maria Malta - tesoureira e representante da Adufrj-Seção Sindical -, Neuza Luzia - representante técnico-administrativa e dirigente do Sintufrj (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro) – e Cristina Riche – responsável pela Ouvidoria da UFRJ.

Em uma breve introdução, Roberto Gambine afirmou que o encontro foi criado para possibilitar o planejamento em conjunto das medidas que a Pró-Reitoria de Pessoal deve seguir. “A ideia é construir, de forma mais ampla, o que virá nos próximos quatro anos”, disse. Segundo o pró-reitor, “os dois dias foram bem divididos: o primeiro deve contar com as apresentações dos convidados, no período da manhã, e debate à tarde, enquanto o segundo deve ser destinado à discussão sobre a parte de funcionamento interno da Pró-Reitoria”.

Em seguida, a professora Maria Malta iniciou as palestras falando sobre a formação dos docentes da universidade e as dificuldades de integração dos técnicos-administrativos aos trabalhos de pesquisa. De acordo com a representante da Adufrj, “os professores já entram na UFRJ formados, já são doutores. Esse processo é um prejuízo para a instituição, que não forma o profissional como parte do coletivo”. Além disso, a professora destacou que os técnicos-adimistrativos devem ser incluídos não somente no desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa, mas no resultado final também. “Em relação ao ensino, à pesquisa e à extensão, todos os profissionais têm direito de ser parte da atividade fim e não somente da atividade meio”, afirmou. Como resolução para tais problemas, Maria Malta disse que “uma boa opção seria pensar políticas de formação que integrem docentes e técnicos-administrativos, acabando com a separação que existe hoje”.

Coordenadora geral da Sintufrj, Neuza Luiza assumiu o microfone para ressaltar a expectativa quanto à nova gestão da Pró-Reitoria de Pessoal e colocar em discussão as dificuldades enfrentadas pelos profissionais apoiados pelo sindicato. Segundo ela, “é importante que os técnicos-administrativos recuperem seu espaço de trabalho na UFRJ”. Para tanto, Neuza afirmou que há dois pontos que devem ser discutidos: a carreira e saúde dos trabalhadores. “Do ponto de vista geral, a ideia de carreira do técnico-administrativa hoje o estagna, pois o desvia da própria função, já que o profissional entra num cargo e permanece nele por 30 anos”, ressaltou a representante. Quanto à saúde dos trabalhadores, Neuza destacou a necessidade de “criar uma medida que faça a diferença na vida das pessoas; um programa de saúde que vá além dos exames periódicos”. Outro ponto fundamental, de acordo com a palestrante, é que “a UFRJ permita que os técnicos-administrativos desenvolvam e se apropriem de sua capacidade intelectual, pois, hoje, muitos desenvolvem trabalhos inteiros e não podem assiná-los”, afirmou.

A última a se apresentar foi a Ouvidora-Geral da UFRJ, Cristina Riche, que falou da importância do serviço público, da função do servidor público, da missão da UFRJ e das atribuições da Ouvidoria. Cristina salientou que o órgão é um instrumento da democracia participativa e uma ferramenta de gestão, que contribui para mitigar o déficit de cidadania, o déficit de autoestima, de conhecimento e de comunicação. Ressaltou a necessidade de se investir em comunicação eficiente, para que a informação possa gerar conhecimento e não se traduzir em reclamação. 

Cristina disse que a Ouvidoria atua, pedagogicamente, na UFRJ, de modo a transformar a cultura da reclamação na cultura da participação, da civilidade, da cooperação. “A partir das manifestações recebidas fazemos um diagnóstico da situação e elaboramos recomendações aos gestores, entre elas destacamos medidas relacionadas às políticas, como por exemplo, de pessoal, de comunicação e de legislação e normas”, afirmou.