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O Rio vulnerável ao homem



Luciana Guedes

 

No dia 7 de abril de 2011, foi divulgado o relatório ”Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas”, que aponta os possíveis impactos para o Rio de Janeiro neste século. O estudo conta com importantes institutos e universidades, tais como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Unicamp, Fiocruz e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem por objetivo sinalizar para um cenário que deve ser evitado.

Segundo um dos coordenadores do estudo, o professor do Departamento de Geografia da UFRJ, Paulo Gusmão, o relatório “pretende alertar e incentivar o desenvolvimento de ferramentas e políticas públicas sustentáveis para o Estado do Rio de Janeiro”. De forma bem detalhada, o documento avalia como aspectos ambientais, sociais e de saúde humana podem ser sensíveis às variações climáticas no futuro da cidade, considerando a mudança global do clima. Na capital fluminense, tais danos significam não só o aumento médio para até 48°C até o final do século, como também o aumento do nível do mar, o que é preocupante devido à localização costeira.

Segundo o professor, o meio ambiente está sendo transformado permanentemente e, para que estas transformações não sejam ruins, “as ações humanas devem respeitar os limites, as fragilidades e as vulnerabilidades de cada local que se instala”. Gusmão esclarece também que a ocupação de determinadas regiões de forma indevida pode agravar suas vulnerabilidades naturais: “A vulnerabilidade às mudanças climáticas vem até certo ponto de um processo natural. Contudo, certas atividades produtivas que o homem exerce agravam os efeitos colaterais deste quadro”. De acordo com o relatório, os fatores para avaliação desta vulnerabilidade são expectativa de vida, educação, geografia, ecologia, infraestrutura, governança e tecnologias.