Zoom

Grupo teatral da Politécnica prepara primeiro espetáculo



Luciano Abreu

Começaram, nesta semana, os ensaios para o primeiro espetáculo da recém-criada companhia de teatro da Escola Politécnica da UFRJ, o grupo “Desvio Padrão”.  A peça “E Veríssimo”, que reúne uma série de esquetes baseadas nas crônicas de Luís Fernando Veríssimo, entra em cartaz no próximo mês de novembro.

A criação da companhia é fruto de um processo de inserção de atividades vinculadas às artes cênicas no Centro de Tecnologia (CT) e de um encontro entre alunos que compartilham esse desejo. “O CT já havia vivenciado manifestações nesse sentido, entretanto há muito não se experimentava esse tipo entretenimento”, afirma uma das coordenadoras, Nathália Colombo, à frente do grupo com Laíze Câmara, ambas estudantes de Engenharia Civil.

O nome “Desvio Padrão” vem de uma medida da disciplina de Probabilidade e Estatística que designa a raiz quadrada da variância de uma dispersão de dados. Seu símbolo é a letra grega sigma, retratada na logomarca do grupo.

Na segunda quinzena de julho, foram organizadas audições para elenco e produção da companhia no Auditório André Rebouças, na Politécnica. A seleção para os atores consistiu na atuação de monólogos. Para as demais funções, foram feitas entrevistas visando saber o grau de motivação, disponibilidade e compromisso dos interessados. Atualmente, a companhia conta com onze atores e nove alunos envolvidos em produção executiva, direção, roteiro, figurino e cenografia.

No ano passado, ainda sem um grupo fixo, foi produzido, segundo a coordenadora, um espetáculo teatral e nesse ano foram realizados saraus semanais, conhecidos como “Sara CT”. “Resolvemos formalizar o projeto e montar uma companhia que abrangesse todas estas atividades e outras relacionadas às artes cênicas, contando com alunos atores e produtores”, explica.

Através do teatro, os estudantes da Politécnica veem a oportunidade de mostrar que as Ciências humanas e exatas não são isoladas, mas complementares, como acredita Nathália Colombo. “A paixão por trás disto tudo é a ideologia de que, ao contrário do que se pensa, as áreas humanas e exatas não se dissociam. A separação não é natural, o que há é o ser humano com seu infindo espaço de possibilidades e sua ocidental incapacidade de apreensão analógica do universo”.