Diego do Carmo
jornalista do Sportv e recém-formado pela ECO

"Na verdade, o esporte e o jornalismo são duas paixões minhas que se juntaram na vida profissional. Desde pequeno sempre gostei de escrever e falar em frente ao espelho como se estivesse apresentando um telejornal; organizava partidas de futebol imaginárias onde eu narrava os gols, ou seja, brincava com aquilo que gostaria de ser. Com o tempo, essas duas paixões foram crescendo e, num determinado momento da minha vida, acabaram se juntando e, felizmente, estou tendo a oportunidade de trabalhar com elas.

Em qualquer área do jornalismo, seja no esporte, na cultura, na política, é essencial que o aluno esteja atento a tudo que acontece. Mesmo que não goste muito de um certo esporte é necessário saber pelo menos o básico dele. Outra coisa fundamental é gostar do que faz, porque a cobertura esportiva é muito trabalhosa; então, se o estudante não gostar do que faz, não será um profissional feliz. Além disso, para aqueles que começam a vida acadêmica e querem seguir o jornalismo esportivo é imprescindível acreditar no seu potencial, perseverar e procurar aprender a cada dia com muita humildade, determinação e confiança.

A atração dos estudantes pelo jornalismo esportivo se dá por várias razões. Na minha opinião, o fato de a linguagem do jornalismo esportivo ser mais leve e estar no cotidiano das pessoas contribui muito para isso. Além disso, é uma área do jornalismo que mexe com uma paixão, que, se não é unânime, é quase isso. Todo mundo lida com o esporte de uma forma natural, é um lazer comum que está na vida dos estudantes, principalmente quando se fala em futebol. Por isso, juntar o trabalho com o lazer é um dos grandes atrativos do jornalismo esportivo e o que, no meu entender, mais atrai os estudantes.

No Sportv, e em outros veículos ligados ao esporte, há muitos alunos da ECO e da UFRJ, uma instituição de muito respeito e nome no mercado, e, no esporte, essa importância parece ainda maior. No jornalismo esportivo, o improviso e a vivência prática são fundamentais, e o aluno da universidade pública, de uma forma geral, e da UFRJ, em particular, está acostumado com isso, seja na participação de projetos ou no "saber se virar", já que nem sempre há estrutura suficiente para o aprendizado prático.

Por dar uma visão mais subjetiva dos fatos, por mexer com a paixão, por dar uma vivência prática maior ao profissional, o jornalismo esportivo serve como um grande aprendizado ao jornalista, mesmo que ele venha a trabalhar em outra área. Nelson Rodrigues, um dos maiores nomes da crônica esportiva, por exemplo, era um grande poeta, dramaturgo e jornalista, tendo feito trabalhos nas mais diversas áreas da comunicação. Armando Nogueira, outro grande nome do esporte no jornalismo até hoje, já foi Diretor Geral de Jornalismo da TV Globo. O Próprio Faustão era um grande repórter de campo, cobrindo os jogos de futebol como Fausto Silva. Então, o jornalismo esportivo se mostra como um primeiro passo mais acessível à carreira dos estudantes; um começo profissional mais agradável e que está unido ao prazer pelo esporte".

Diego Maços
aluno do 5° período da ECO

"Quando entrei na faculdade, pensava que, se fizesse jornalismo, me especializaria em esportivo, mas não o colocava como única opção, porque também me interessava pelo investigativo. O contato com o jornalismo esportivo veio do primeiro processo seletivo que fiz, no início do terceiro período, e acabei passando. Participei do teste e da entrevista, e, em seguida, fui alocado em um projeto que a empresa estava iniciando em um canal de televisão, em que produziria uma programação de futebol nos finais de semana.

Foi uma oportunidade que surgiu e que veio ao encontro de uma vontade pessoal, pois sempre gostei muito de esporte. Era um mundo totalmente diferente para mim; eu nunca tinha visto aquilo, nunca havia trabalhado com televisão. Passou a ser um aprendizado diário, porque eu fui trabalhar com coisas novas, que não conhecia nem pela teoria da sala de aula. Primeiramente, fui trabalhar como editor de vídeo e gostei muito de aprender a editar. Transmitíamos futebol português e inglês, e eu aprendi muito da linguagem e do funcionamento da televisão com os profissionais de lá, sugava tudo que eles me ensinavam. O projeto acabou no final da temporada européia, mas a empresa tinha o desejo de ter o seu canal próprio de televisão. Baseada nisso, fui mantido na empresa, para que trabalhasse no canal quando ele fosse criado. No período até a criação da emissora, trabalhei no escritório, fazendo vídeos comerciais e sendo preparado para a futura televisão. Quando a TV foi sendo criada, eu saí da videografia do escritório para trabalhar no canal, desde a montagem da equipe até a coordenação de eventos e programas. Hoje, trabalho na coordenação dos jogos de futebol e dirijo um programa nos finais de semana, que fala sobre os times da série A e B do campeonato brasileiro, comentando a rodada que vai começar.

A comunicação ligada ao esporte dá mais oportunidades àqueles que querem começar. As empresas que trabalham com jornalismo esportivo dão muito espaço aos estagiários, porque tiram daí os futuros profissionais. Além disso, o limite entre jornalismo esportivo e conhecimento de esporte é muito pequeno, diferentemente das outras especialidades do jornalismo. Então, uma pessoa que não faça um curso de graduação em Jornalismo pode falar e escrever bem sobre esporte, porque tem conhecimento sobre isso, graças à bagagem, ao conhecimento que possui pela paixão que tem. Quem gosta de esporte, lê sobre esporte, escuta rádios esportivas, assiste programas esportivos, é um apaixonado por esporte tem, vamos dizer assim, um mínimo de cultura jornalística esportiva.

No meu caso, como acontece com muitos outros alunos da ECO, foi uma questão de oportunidade, que se aliou à afinidade. Não me vejo trabalhando, sobretudo pelo meu momento hoje, com outra coisa. Acho que estou em um bom caminho, em crescimento, e que, a cada dia, me ensina coisas novas. A gente nunca pode limitar o que fazer na carreira. Se eu não puder mais trabalhar com jornalismo esportivo, vou ter que fazer outra coisa, mas, no momento, não penso nisso, pois a perspectiva de futuro é muito boa".