A conjugação de idéias norteou a reunião no Observatório do Valongo, nesta manhã de segunda (16/3), sobre o Plano de Ocupação e Uso das Unidades Isoladas (POUUI). O professor Carlos Vainer, membro do Comitê Técnico do Plano Diretor UFRJ 2020 (CTPD), enfatizou que, independentemente do debate sobre a transferência, é preciso que as unidades apresentem uma estratégia acadêmica e atividades para se integrar à Cidade Universitária. À busca do consenso, novos encontros estão programados. Nesta terça, às 17h, o CTPD vai ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e, na sexta, às 11h, o reitor Aloísio Teixeira reúne-se com a Congregação da Faculdade de Direito.
Inspirado pelo local, onde se realizam estudos de Astronomia, o professor Vainer realizou um breve retrospecto dos últimos movimentos do CTPD e apontou que “o céu é o limite” em busca de melhores dias para a universidade. “É preciso revolucionarmos as condições de acesso à Cidade Universitária. Se elas não acontecerem, é legítimo que as unidades não queiram mudar. Mas há propostas de ligações hidroviárias, ferroviárias e outras de transporte em andamento. Estamos trabalhando por um novo pacto institucional e queremos recomendar a transferência progressiva das unidades”, destacou Vainer, pontuando que Valongo e Museu Nacional deverão permanecer em suas atuais sedes físicas, mas irão participar com atividades dentro da Cidade Universitária.
Presente no encontro, o servidor do MN/UFRJ, Wagner Willian, lembrou que existe um projeto para a desocupação do Palácio Imperial para que ele seja apenas um espaço de visitação pública. “É algo a longo prazo e que depende de recursos da Petrobras. Somos abertos ao PD e à participação dentro do chamado Sistema Integrado de Museus e Acervos (SIMA), planejado pelo CTPD.”
A diretora do Observatório, Silvia Lorenz, também reiterou apoio ao PD, porém rebateu o rótulo de unidade isolada. “Somos isolados apenas geograficamente, porque participamos de atividades de extensão e oferecemos três cursos (Fundamentos em Astronomia, Oficinas de Astronomia e Astronomia: informação e conhecimento), desde 2002, na própria Ilha da Cidade Universitária”, lembrou Lorenz, avaliando que a princípio o observatório não tem como se transferir, por conta dos equipamentos e da própria localização, que favorece a observação dos astros, mas que essa hipótese não pode ser descartada no futuro.
A diretora da Faculdade de Direito, Juliana Neuenschwander Magalhães, também reiterou o seu apoio pessoal ao PD e à transferência da FD, mas propôs que o prédio permaneça ligado ao Direito. “Por razões históricas, pelo menos parte do prédio poderia se transformar em escritório-modelo para atender à população e os alunos dos últimos períodos já envolvidos diretamente em atividades forenses”, explicou Juliana, defendendo ainda que o prédio abrigue o Núcleo Interdisciplinar de Ações para Cidadania.
Para o professor Vainer, o prédio da FD pode sim servir a experiências como o NIAC e outras atividades de extensão, em especial pelo seu fácil acesso ao povo. “Neste espaço popular, poderíamos ter uma universidade livre com diversos cursos voltados para este público. Algo que poderia ser articulado junto às centrais sindicais para tentarmos a obtenção de recursos pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Enfim, vamos continuar dialogando para encontrar um consenso. O que não faz nenhum sentido é que o espaço seja um anexo da FD, pois se trata de um patrimônio da universidade”, ponderou Vainer.